Consumo de ameixa seca realmente altera parâmetros intestinais?

Postado em 20 de março de 2019 | Autor: Marcella Gava

Estudo avaliou o efeito da suplementação durante 4 semanas com ameixas secas sobre variáveis evacuatórias, microbiota intestinal e peso em adultos saudáveis

Lever e sua equipe realizaram estudo a fim de investigar os efeitos da ingestão de ameixa seca no número de evacuações, tempo de trânsito intestinal completo, microbiota intestinal e produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) em adultos saudáveis.

Para isso, foram recrutados indivíduos entre 18 e 65 anos com frequência evacuatória de 3 a 6 vezes por semana. Os indivíduos foram alocados em três grupos: controle – ingestão de 300ml/dia de água sem ameixas; grupo 80 – ingestão de 80g de ameixa em 300ml de água/dia; grupo 120 – ingestão de 120g de ameixas em 300ml de água/dia, sendo que o acompanhamento foi realizado durante 4 semanas. Foram então avaliados o peso das fezes, frequência evacuatória, consistência das fezes, sintomas gastrintestinais (GI), tempo de trânsito, composição da microbiota, pH e concentração de AGCC fecais de amostras coletadas durante sete dias. Foram coletadas informações dietéticas em um diário alimentar e informações sobre prática de atividade física.

Finalizaram o estudo 120 indivíduos, sendo 40 para cada grupo. Na semana 4, a ingestão calórica, de carboidratos, proteínas, fibras e gorduras foi significativamente maior nos grupos intervenção que no grupo controle. No entanto, não houve diferença de peso corporal entre os participantes de cada grupo. O peso das fezes foi maior nos grupos intervenção que no controle (p=0,039) e este peso aumentou do início do estudo até a semana 4 nos grupos intervenção (p=0,026). A frequência evacuatória e os movimentos intestinais foram maiores nos grupos intervenção que no controle (p=0,023). Não houve diferença na consistência das fezes e no tempo de trânsito GI entre os grupos. Os grupos intervenção apresentaram mais refluxo e flatulência que o grupo controle. Não houve diferença entre os grupos com relação à concentração final de bactérias, pH e AGCC intestinais, entretanto, houve uma tendência para aumento do grupo Bifidobactérias nos grupos intervenção em relação ao controle do início para o final do estudo.

Sendo assim, os autores concluíram que o consumo de 80g ou 120g de ameixa seca durante quatro semanas resultou em aumento do peso das fezes, frequência evacuatória, e foi relativamente bem tolerado. Tal fato pode contribuir para prevenção de constipação e outras desordens associadas ao baixo consumo de fibras.

Referência:

Lever E, et al. The effect of prunes on stool output, gut transit time and gastrointestinal microbiota: A randomised controlled trial. Clinical Nutrition 38 (2019) 165-173.

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