Estresse oxidativo gestacional é fator de proteção contra obesidade e resistência à insulina na idade adulta

Postado em 26 de setembro de 2019 | Autor: Michelle G. Barone

Resultados podem ter implicações importantes na interpretação dos efeitos do estresse oxidativo durante a gravidez

Estudo teve como objetivo avaliar se estresse oxidativo intrauterino (EOI) estaria associado a alterações dos componentes da síndrome metabólica na idade adulta. Para isso, ratos geneticamente modificados, com ou sem deficiência da enzima superóxido dismutase (SOD), foram cruzados dando origem a ratos controles, ou ratos com deficiência da SOD.

Os autores observaram que a presença do estresse oxidativo materno foi associada a aumento de marcadores de estresse oxidativo nos filhotes, principalmente nos machos, mas não foi associada à restrição de crescimento intrauterino.

Após serem submetidos a uma dieta ocidental, ratos machos que passaram por EOI apresentaram menor ganho de peso, maior tolerância à glicose, menor concentração de insulina, menor aumento de colesterol e triglicérides. A análise de composição corporal realizada na 24ª semana mostrou que esses ratos machos submetidos ao EOI também tiveram menor concentração de tecido adiposo.

Os dados sugerem que as alterações epigenéticas causadas pelo estresse oxidativo conferem proteção contra os efeitos metabólicos adversos da dieta ocidental na prole masculina. Os autores discutem que essa questão de um fator supostamente adverso conferir proteção pode vir do fato de que dietas obesogênicas e aumento da adiposidade estão associadas a níveis mais altos de estresse oxidativo sistêmico, e níveis moderados de espécies reativas de oxigênio (ROS) desempenham um papel fisiológico importante na regulação da expressão gênica e das vias de sinalização. Ou seja, exposição a pequenas doses de um estressor pode proteger contra doses subsequentes maiores.

Os autores concluíram, então, que o stress oxidativo intrauterino resulta em resistência à adiposidade induzida pela dieta, intolerância à glicose e dislipidemia em camundongos adultos do sexo masculino. Esses dados podem ter implicações importantes na interpretação dos efeitos do estresse oxidativo durante a gravidez na programação de doenças metabólicas em humanos.

Referência:

Lidiya G. Dimovaa , Simone Battistaa , Torsten Plöschb , Rosalie A. Kampena , Fan Liua,d , Rikst Nynke Verkaik-Schakelb , Domenico Praticoc , Henkjan J. Verkadea , Tietge Uwe J.F.a,d,e,. Gestational oxidative stress protects against adult obesity and insulin resistance  – Redox Biology

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