Quais são as principais alterações do microbioma intestinal observadas nas doenças inflamatórias intestinais?

Postado em 31 de julho de 2018 | Autor: Natália Lopes

Colite ulcerativa e doença de Crohn são doenças inflamatórias intestinais (DII) que caracterizam-se por ciclos de inflamação e fases de remissão, que normalmente são associadas à quadros de disbiose intestinal. No entanto, a relação de causa e efeito entre microbiota e DII ainda não está bem estabelecida.

A microbiota parece desempenhar um papel fundamental na patofisiologia das DII. A inflamação crônica promove a disbiose ao alterar o ambiente oxidativo e metabólico do intestino. Indivíduos com DII, quando comparados a indivíduos saudáveis, apresentam em seu microbioma quantidades aumentadas bactérias do filo Proteobacteria, como Enterobacteriaceae e redução bactérias benéficas como Prevotella copri, Bifidobacterium, Lactobacillus e Faecalibacterium prausnitzii. Especificamente na doença de Crohn, estudos em in vitro e em animais sugerem haver um aumento de E. coli e Mycobacterium avium subsp. Paratuberculose, espécies envolvidas na patofisiologia da doença.

O sequenciamento genético do microbioma intestinal pela técnica 16S rRNApode ajudar a identificar as mudanças microbianas e, assim, favorecer o manejo da disbiose nas DII, sobretudo como forma de minimizar os efeitos da inflamação em fases de remissão.

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Referências

HALFVARSON, Jonas et al. Dynamics of the human gut microbiome in inflammatory bowel disease. Nature Microbiology, [s.l.], v. 2, n. 5, p.1-7, 13 fev. 2017. Springer Nature.  http://dx.doi.org/10.1038/nmicrobiol.2017.4

KOSTIC, Aleksandar D.; XAVIER, Ramnik J.; GEVERS, Dirk. The Microbiome in Inflammatory Bowel Disease: Current Status and the Future Ahead. Gastroenterology, [s.l.], v. 146, n. 6, p.1489-1499, maio 2014. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1053/j.gastro.2014.02.009

NI, Josephine et al. Gut microbiota and IBD: causation or correlation?. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, [s.l.], p.1-12, 19 jul. 2017. Springer Nature. http://dx.doi.org/10.1038/nrgastro.2017.88

 

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