Qual a recomendação de fibras alimentares para idosos e como prevenir distúrbios pela falta e pelo excesso?

Postado em 19 de agosto de 2019 | Autor: Natália Lopes

De recomendações da Espen até excesso e falta, entenda a importância da fibra alimentar para idosos

Segundo diretriz da ESPEN sobre Nutrição e Hidratação do Idoso, a ingestão adequada de fibras alimentares para idosos saudáveis é de 25g/dia, quantidade suficiente para a preservação do funcionamento intestinal, e de 25 a 30g para idosos com diabetes ou em situações que justifiquem a maior necessidade de fibras. Essa recomendação vale tanto para oferta através de dieta via oral quanto por via enteral.

Os distúrbios pela falta ou excesso de fibras exercem impacto negativo na qualidade de vida da população, especialmente entre os idosos. Nesta fase, a baixa ingestão de fibras é comum, principalmente por causa da dificuldade de mastigação e deglutição. A carência de fibras está relacionada à diverticulose, colite ulcerosa e câncer do cólon. Porém, a constipação intestinal é a queixa mais frequente, tanto no ambiente hospitalar, ambulatorial ou domiciliar. A origem da constipação intestinal no idoso deve-se a fatores dietéticos, emocionais, patológicos, físicos e medicamentosos. Apesar da base multifatorial, o consumo de fibras alimentares torna-se primordial na prevenção e terapêutica da constipação intestinal.

Em todos estes casos de carência do consumo, os idosos devem adotar uma dieta com maior variedade de alimentos, especialmente aqueles ricos em fibras, como cereais, leguminosas, frutas e hortaliças. Isto deve ser acompanhado por maior ingestão de líquidos e exercícios físicos regulares, quando possível. É importante ressaltar que o aumento do consumo de fibras, acompanhado da ingestão adequada de água, deve ser gradual para evitar a formação de gases e desconforto abdominal.

Nas situações em que não é possível atingir as recomendações a partir da alimentação, o uso de suplementos de fibras pode ser indicado para garantir sua oferta adequada. Atualmente, existem suplementos de fibras que não alteram a textura e sabor dos alimentos, que podem ser acrescidos a bebidas e alimentos doces e salgados, sendo bem aceitos pela população em geral. Vale lembrar que o consumo adequado desse componente alimentar estimula também a produção de bifidobactérias e lactobacilos, propiciando equilíbrio da microbiota intestinal.

O excesso do consumo de fibras é menos comum, mas quando acontece pode interferir na absorção de alguns minerais, principalmente de zinco e de cálcio, além de contribuir para obstrução intestinal quando o paciente não consome água em quantidades adequadas.

Referências:

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Volkert D, Berner YN, Berry E et al. Espen guidelines on enteral nutrition: geriatrics. Clinical Nutrition 2006; 25, 330-360.

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