Fitoterapia na terceira idade: o que pode e o que não pode ser usado

Postado em 20 de maio de 2020 | Autor: Colunistas Convidados

Viviane Lago

Viviane Lago* é nutricionista especialista em Adolescência

Com o envelhecimento, surgem também as doenças agudas e crônicas, o que muitas vezes faz com que grande parte dos idosos busque a chamada automedicação. Nessa condição, é comum ver indicações entre eles, sem a intermediação ou o acompanhamento de um profissional especializado.

E a fitoterapia na terceira idade é utilizada com frequência, visto que muitos acreditam que os fitoterápicos são naturais e consequentemente não trazem riscos ou danos à saúde. Mas é importante ressaltar que o acompanhamento profissional é fundamental, visto que muitos fitoterápicos podem interferir em diversos medicamentos que o idoso já faz uso, aumentando, assim, o risco de sérias consequências à saúde como um todo.

Tais consequências podem envolver, por exemplo, a anulação ou a potencialização dos efeitos dos medicamentos. Alguns dos casos mais comuns incluem o uso do Ginkgo biloba, que pode acabar interferindo com anticoagulantes orais e antiplaquetários ou do Panax ginseng, que pode interagir com antidepressivos, anticoagulantes orais, anti-hipertensivos.

Acompanhamento necessário

Além disso, vale considerar que há modificações que acontecem naturalmente com o envelhecimento (mudança de composição corporal, bem como redução da função renal e hepática) as quais alteram o metabolismo adequado de diversos medicamentos, tornando os idosos suscetíveis a uma maior frequência de efeitos adversos.

Por outro lado, alterações do paladar, redução da absorção de nutrientes por utilização crônica de medicamentos, diminuição do apetite e do funcionamento digestório podem ser fatores ajustados e amenizados com o uso de alguns fitoterápicos.

Para tanto, a prescrição para o idoso merece cautela e deve-se considerar tanto o estado clínico do paciente, bem como pensar em minimizar o número de medicamentos que devem ser administrados, e também o monitoramento adequado para cada um.

Dessa forma, os medicamentos fitoterápicos podem ser alternativas interessantes para idosos, porém, o acompanhamento é importante devido às inúmeras possibilidades de interações. Buscar ajuda de um profissional especializado na área é de extrema importância para a prescrição segura.

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*Viviane Lago é nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo (SP). Mestre em Ensino em ciências da saúde pelo CEDESS Unifesp, possui especialização em Adolescência para equipe multidisciplinar pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), pós-graduação em Docência no ensino superior pelo Senac e pós-graduação em Fitoterapia aplicada pela Medicalex. É consultora da Asbran, coordenadora de cursos intensivos e de pós-graduação e presidente da APFit – Associação Paulista de Fitoterapia (gestão 2018 -2021).

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