4 mitos e verdades sobre o consumo de peixes

Postado em 20 de janeiro de 2020 | Autor: Redação Nutritotal

Conheça os benefícios por trás desse alimento tão consumido por brasileiros

Os peixes são conhecidos por seus benefícios à saúde. O Ministério da Saúde, inclusive, sugere que o consumo desse alimento seja feito, ao menos, duas vezes por semana. O motivo é a alta quantidade nutritiva de ômega 3, ferro, iodo, cálcio, vitamina B12, fósforo, entre outros que o alimento carrega. Mas apesar dessas vantagens mais conhecidas, há muitos mitos e verdades sobre peixes que circulam por aí. E você sabe diferenciá-los?

Para te ajudar, listamos o que é verdade (e o que não é) a respeito dos benefícios relacionados ao consumo de peixes. Confira:

Mitos e verdades sobre peixes

Nem tudo o que ouvimos acerca desse alimento é verídico. Veja a seguir o que os estudos científicos revelam sobre o consumo de peixes.

Sobre mesa, tábua de madeira com peixe, rodelas de limão e especiarias

Os peixes são alimentos muito nutritivos | Imagem: Shutterstock

Quanto mais escuro for o peixe, mais ômega 3 ele terá

Mito. Recentemente, essa foi uma informação compartilhada nas redes sociais e aplicativos de mensagens, mas, na verdade, não existem pesquisas científicas que comprovem que uma parte específica do peixe seja mais rica em ômega 3. E segundo um estudo divulgado no periódico Circulation, todos os peixes possuem alguma quantidade de ácidos graxos bons para a saúde como o ômega 3, mas a quantidade pode variar em cada espécie. De maneira geral, os peixes ricos em ômega 3 são os de águas geladas e profundas, graças às algas que essas espécies utilizam para alimentação.

O consumo de peixes pode diminuir a incidência de doenças cardíacas

Verdade. Uma pesquisa publicada no Critical Reviews in Food Science and Nutrition apontou que pode haver um efeito benéfico do consumo frequente de peixes em incidentes cardiovasculares. E isso se deve, principalmente, à presença dos ácidos graxos. A diretriz de 2019 de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia também aponta que os ácidos graxos ômegas-3 de origem marinha exercem inúmeros efeitos sobre diferentes aspectos fisiológicos e do metabolismo que podem influenciar a chance de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Gestantes não podem consumir peixes

Mito. De acordo com um estudo do Instituto de Barcelona para a Saúde Global (ISGlobal), o consumo de peixes pode, inclusive, ajudar os bebês em formação a terem mais atenção ao longo da vida. Porém, segundo os cientistas, o consumo de peixes frescos é o ideal, evitando opções enlatadas. Além disso, peixes de águas muito profundas como tubarão, marfim azul, atum e cavala também devem ser evitados, devido ao risco de intoxicação por metais pesados, principalmente o metilmercúrio.

Outros mais comuns em nosso litoral, como o bonito e albacora (atum branco), devem ter sua ingesta semanal restrita a uma porção de 170 g. Quantias moderadas (de duas a três porções por semana, cerca de 220 a 340 g/semana) de peixes e frutos do mar com baixo teor de mercúrio (salmão, atum, tilápia, bacalhau, linguado, incluindo crustáceos como camarão, mexilhões, entre outros) são recomendadas durante a gestação para completar as necessidades de ácidos graxos com ômega 3.

Leia também: DHA: uma gordura presente no ômega 3 essencial nos primeiros anos de vida

Consumir peixe faz bem para a visão

Verdade. Uma pesquisa do periódico Nutrients analisou como o consumo de peixes poderia estar ligado à prevenção da degeneração macular, conhecida popularmente como vista cansada relacionada à idade. Como resultado, eles descobriram que o consumo de peixes, principalmente atum fresco, poderia reduzir a incidência do problema.

Atenção!

É importante ressaltar também que uma preocupação acerca do consumo de peixes é a presença de mercúrio. Um estudo divulgado na Revista Pan-Amazônica investigou os peixes vendidos no mercado Ver-o-Peso, em Belém, e concluiu que, embora nenhuma das espécies de peixes tenha alcançado o limite máximo de mercúrio para consumo humano, as concentrações foram bem próximas ao valor de referência estabelecido pela legislação da ANVISA, e maior do que o indicado pela OMS de 0,5 µg/g, para o consumo de pescado seguro. Esse hábito alimentar pode induzir a problemas mais sérios para a saúde humana, e por isso, a recomendação é que a frequência de consumo de peixes seja feita com intervalos.

 

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências bibliográficas:

Ministério da Saúde, 2012.

Harris W. et al. Fish Consumption, Fish Oil, Omega-3 Fatty Acids, and Cardiovascular Disease. Circulation, 2002.

Petsini F. et al. Fish consumption and cardiovascular disease related biomarkers: A review of clinical trials. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 2018.

Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2019.

ABRAN, 2019.

Nutrição durante a gravidez. Febrasgo, 2016-2019.

Julvez J. et al. Seafood consumption during pregnancy may improve attention capacity in children. Barcelona Institute for Global Health (ISGlobal), 2019.

Zhu W. et al. Fish Consumption and Age-Related Macular Degeneration Incidence: A Meta-Analysis and Systematic Review of Prospective Cohort Studies. Nutrients, 2016.

Claudia S. Concentração de mercúrio total (Hg-T) em peixes comercializados em diferentes períodos sazonais no Mercado do Ver-o-Peso, Belém, Estado do Pará, Brasil. Revista Pan-Amazônica, 2014.

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