Mitos e verdades sobre uso de suplementos por diabéticos

Postado em 7 de outubro de 2019 | Autor: Redação Nutritotal

Entenda agora o que pode ou não pode ser consumido por quem tem a doença

Quem tem diabetes precisa se atentar com uma possível deficiência de vitaminas e minerais, pois o organismo reage por causa da doença e pode haver perda desses nutrientes. Mas, mesmo que o uso de suplementos por diabéticos esteja liberado quando solicitado por um profissional de saúde, ainda existem mitos e verdades que cercam esse cuidado.

A nutricionista Ana Carolina Vicedomini explica que as deficiências de vitaminas e minerais podem ocorrer em pessoas com diabetes devido a possíveis perdas urinárias, redução da capacidade de absorção intestinal e graças à baixa ingestão dietética.

Porém, ela alerta que a suplementação de micronutrientes não deve ser uma prática rotineira, pois é preciso que seja feita de forma individualizada e indicada conforme a presença da deficiência. Confira a seguir alguns mitos e verdades sobre uso de suplementos por diabéticos.

Uso de suplementos por diabéticos: o que é verdade (e o que não é)

Essas substâncias podem contribuir com o controle da doença, mas nem todo paciente precisa delas.

Caixas brancas de medicamentos com pílulas de suplementos coloridas saindo de dentro deles

Alguns suplementos são eficientes para baixar a glicemia | Imagem: Shutterstock

Consumir suplemento de zinco pode melhorar o controle glicêmico

Verdade. Ana Carolina afirma que o zinco vem sendo muito citado como um mineral importante no controle da glicemia em diabéticos, especialmente depois da publicação de estudos recentes como o divulgado pelo The American Journal of Clinical Nutrition. A pesquisa demonstrou que, quando a insulina falta nos pacientes diabéticos, o zinco pode conseguir suprir em partes o controle da glicemia. De qualquer forma, a suplementação só deve ser feita sob orientação de um profissional de saúde. O profissional determinará a melhor forma de consumo e as quantidades. Também, existe a dúvida se todos os diabéticos se beneficiariam da suplementação ou se o efeito positivo só ocorreria nos pacientes com deficiência de zinco.

Apenas o zinco pode ser suplementado pelos diabéticos

Mito. Para a nutricionista, entre as deficiências de minerais mais evidentes nos diabéticos estão a de zinco e também a de magnésio. Essas alterações podem causar uma progressão do diabetes e complicações mais sérias da doença se não forem ajustadas com a supervisão de um profissional de saúde.

Todos os diabéticos precisam de suplementos

Mito. Ana Carolina explica que a suplementação de zinco demonstra benefícios no controle glicêmico de pacientes diabéticos dos tipos 1 e 2. Porém, indivíduos com diabetes que não tenham deficiência de zinco não apresentam efeitos adicionais ao consumir o suplemento e, portanto, não precisam dele. De maneira geral, a suplementação só deve acontecer se uma deficiência for diagnosticada. Os diabéticos com maior risco de deficiências, conhecidos como grupos de risco, são idosos, gestantes ou lactentes, vegetarianos restritos ou aqueles em restrição calórica.

Pacientes diabéticos podem ter falta de proteína e necessidade de suplementação

Verdade. As deficiências calóricas e proteicas podem estar presentes nos pacientes diabéticos, mas a nutricionista adverte que a suplementação deve ser realizada somente sob orientação médica ou nutricional, pois alguns suplementos alimentares disponíveis no mercado podem ter em sua composição carboidratos simples (como glicose e sacarose) que impactam diretamente na glicemia sanguínea.

“Para os diabéticos praticantes de atividade física o uso de suplementos esportivos, como Whey Protein e BCCA, deve ser realizado só com orientação médica ou nutricional, pois esses produtos, geralmente, têm em sua composição um alto teor de proteínas que pode afetar a função renal”, Ana Carolina Vicedomini, nutricionista

Mudanças de hábito podem ajudar no controle do diabetes

Verdade. O cuidado nutricional em diabetes mellitus é muito importante para controlar a doença. Ana Carolina diz que a inclusão de hábitos saudáveis, como a prática de atividade física regular, uma maior ingestão de legumes e verduras ricos em fibras, a redução da ingestão do consumo de carne vermelha, o consumo diário de azeite e a redução do consumo de álcool faz parte da prevenção e do tratamento da doença e, por isso, deve sempre ser estimulada.

Veja também: Novas diretrizes em diabetes: o que muda na dieta dos pacientes

 

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências bibliográficas:

Consultoria científica da nutricionista clínica Ana Carolina Vicedomini, especialista em Terapia Nutricional, pesquisadora do grupo CEGECC-FMUSP e tutora do Ganep Educação.

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Marreiro, Dilina N. et al. Participação do zinco na resistência à insulina. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, [s.l.], v. 48, n. 2, p.234-239, abr. 2004. FapUNIFESP (SciELO).

Norouzi, Shaghayegh et al. Zinc transporters and insulin resistance: therapeutic implications for type 2 diabetes and metabolic disease. Journal Of Biomedical Science, [s.l.], v. 24, n. 1, p.146-147, 20 nov. 2017. Springer Nature.

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