A deficiência de vitamina D (níveis de 25[OH]D3 inferiores a 20 ng/ml) é caracterizada por sinais e sintomas clínicos que incluem fraqueza generalizada, dores ósseas, osteopenia, osteoporose, osteomalácea, entre outros. Diversos estudos têm demonstrado que a deficiência de vitamina D também está relacionada com diversas doenças crônicas, incluindo: diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, obesidade, depressão, esquizofrenia, doença inflamatória intestinal, além de câncer de próstata, mama, ovário e coloretal.
A vitamina D tem sido classicamente associada à saúde óssea, estando bem estabelecido que a carência de vitamina D provoca raquitismo na infância e osteomalacia e osteoporose em adultos. Entretanto, as pesquisas têm demonstrado que os níveis adequados de vitamina D são essenciais ao bom funcionamento de vários tecidos e órgãos. Essas diversas atuações da vitamina D ocorrem devido à presença de receptores da vitamina D (VDR) em muitos tipos celulares, incluindo miócitos, cardiomiócitos, células beta-pancreáticas, células endoteliais vasculares, neurônios, células do sistema imunológico e osteoblastos.
Um estudo que investigou a relação do receptor de vitamina D com todo o genoma identificou mais de 200 genes que sofrem a influência direta da vitamina D. Essa pesquisa encontrou 2.776 sítios de ligação para o receptor de vitamina D ao longo do genoma concentrados próximos a genes associados às doenças autoimunes, tais como esclerose múltipla, doença de Crohn, lúpus e artrite reumatoide, e para doenças neoplásicas, como a leucemia linfocítica crônica e o câncer coloretal. Isto, em parte, explica o papel preventivo e terapêutico da vitamina D nessas doenças.
Devido à alta incidência de indivíduos que apresentam níveis abaixo do recomendado dessa vitamina, pesquisadores sugerem que existe uma pandemia mundial da deficiência de vitamina D, na qual não é devidamente reconhecida e tratada. Diversas pesquisas também demonstram que a deficiência de vitamina D desempenha um papel importante no surgimento dos fatores de risco para o desenvolvimento de doença coronária e doença cardiovascular em geral. A deficiência em vitamina D pode predispor ao desenvolvimento da hipertensão arterial, diabetes, síndrome metabólica, hipertrofia ventricular esquerda, insuficiência cardíaca congestiva e inflamação vascular crônica.
Embora existam algumas fontes alimentares de vitamina D (como o salmão, atum, gema de ovo, queijo e cogumelos), a principal fonte de vitamina D, em seres humanos é a síntese cutânea de colecalciferol na presença de radiação ultravioleta B (UVB). A recomendação para a ingestão de vitamina D, de acordo com a DRI (Dietary Reference Intake), publicada em 2010, estabelece para adultos a ingestão de 600 UI (15 mcg) por dia e 800 UI/dia para idosos com idade acima de 70 anos.
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