Associada ao processo de coagulação sanguínea, redução do risco de doença cardiovascular e osteoporose, saiba tudo sobre a vitamina K
A vitamina K pode ser encontrada em alimentos de origem vegetal, na forma de filoquinona (vitamina K1), e em alimentos de origem animal, na forma de menaquinona (vitamina K2), sendo também sintetizada pelas bactérias intestinais. A vitamina K pode, ainda, ser encontrada na sua forma sintética, denominada menadiona ou vitamina K3.
O processo de absorção de vitamina K ocorre sempre na presença de lipídios. A filoquinona é comumente absorvida no jejuno e íleo, enquanto que as manaquinonas são absorvidas nas porções distais do intestino delgado e cólon. Na mucosa intestinal ligam-se a quilomícrons e são transportadas até o fígado por via linfática. São distribuídas pelo organismo ligadas a VLDL.
O organismo possui um estoque de cerca de 50 a 100µg de vitamina K e essa reserva pode ser reduzida em 75% em apenas três dias. Esta vitamina pode ser rapidamente catabolizada e excretada pelo fígado, principalmente através da bile.
A vitamina K é bastante associada ao processo de coagulação sanguínea, sendo, no entanto, também associada à redução do risco de doença cardiovascular e osteoporose. No processo de coagulação sanguínea, a vitamina K participa como cofator no processo de ativação de aminoácidos que participam da biossíntese de fatores de coagulação sanguínea, como a protrombina. A protrombina é precursora de trombina, enzima responsável pela transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel, que participa ativamente do processo de coagulação. A deficiência de vitamina K está associada a maior tempo de protrombina e eventos hemorrágicos. Na saúde óssea, a vitamina age sobre a osteocalcina, permitindo sua ligação ao cálcio. Portanto, a deficiência de vitamina K estaria associada a uma calcificação óssea prejudicada.
Nos alimentos, sua melhor biodisponibilidade é dependente da presença de óleos e gorduras. Vegetais folhosos verde-escuros, como espinafre, brócolis e alguns tipos de alface são consideradas as principais fontes de vitamina K, e em segundo lugar aparecem os óleos e gorduras. O conteúdo de vitamina K em alguns alimentos pode ser observado na tabela 1. E os valores de recomendação de ingestão diária encontram-se na tabela 2.
Tabela 1. Conteúdo de vitamina K nos alimentos (µg/100g)
Alimento | Quantidade de vitamina K em µg por 100g |
Couve-de-bruxelas cozida | 590 |
Brócolis cozido | 292 |
Couve-flor crua | 300 |
Acelga cozida | 140 |
Espinafre cru | 400 |
Alface | 211 |
Cenoura crua | 144 |
Aspargos | 57 |
Ovo cozido | 50 |
Morango fresco | 15 |
Abacate | 20 |
Vagem | 25 |
Alcachofra inteira cozida | 14 |
Leite integral | 4 |
Óleo de girassol | 51 |
Tabela 2. Valores de recomendação de ingestão de vitamina K segundo as DRI’s.
Estágio de vida | AI µg/dia | |
Homens | Mulheres | |
Recém-nascidos e crianças | ||
0 – 6 meses | 2,0 | |
7 – 12 meses | 2,5 | |
1 – 3 anos | 30,0 | |
4 – 8 anos | 55,0 | |
Adolescentes e adultos | ||
9 – 13 anos | 60 | |
14 – 18 anos | 75 | |
>19 anos | 120 | 90 |
Gestantes e lactantes | ||
≤ 18 anos | — | 75 |
19- 50 anos | — | 90 |
AI = ingestão adequada
Referências:
COZZOLINO, Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ed. São Paulo: Editora Manole, 2016.
Leia também
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.