Resultados de um estudo publicado no The European Journal of Nutrition sugerem que os ácidos graxos ômega 3 (ω-3) são inversamente associados ao ganho de peso longitudinal em mulheres e os ácidos graxos ômega 6 (ω-6) possuem uma associação positiva.
Trata-se de um estudo prospectivo que avaliou a composição de ácidos graxos ω-6, ω-3 e os ácidos graxos trans (AG trans) da membrana dos eritrócitos de 534 mulheres com índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 a 25 kg/m². O peso corporal foi coletado em 6 tempos durante um período médio de 10,4 anos.
As participantes foram divididas em quartis de acordo com a quantidade de ácidos graxos na membrana eritrocitária.
Os resultados demonstraram que o peso das participantes aumentou conforme houve aumento de ω-6, da razão ω-6/ ω-3 e de AG trans na membrana eritrocitária, e diminuiu quando houve aumento de ω-3.
Depois de um ajuste multivariado incluindo ingestão calórica total e atividade física, o ganho de peso (em quilos) no maior e no menor quartil de acordo com a quantidade de ácidos graxos eritrocitários foi de 3.08 vs 2,32 para ω-6, 2,07 vs 2,92 para ω-3 e 3,03 vs 2,27 para AG trans. Isso significa que o aumento de peso foi maior naquelas participantes que tinham mais AG trans e mais ω-6 na membrana dos eritrócitos.
O risco de desenvolver sobrepeso ou obesidade (definidos pelo IMC ≥25 kg/m2) aumentou conforme houve aumento da razão ω-6/ ω-3.
“Nesse estudo encontramos evidências que sugerem que a quantidade de ω-6 na membrana eritrocitária pode estar positivamente associada e a quantidade de ω-3, inversamente associada com o ganho de peso em mulheres que inicialmente tinham peso adequado”, concluem os autores.