Embora ainda esteja em discussão a real influência dos ácidos graxos ômega-3 de origem vegetal sobre a doença cardiovascular, a maior parte dos estudos sugere que o consumo de ácido graxo alfalinolênico (ALA) pode proteger contra eventos cardiovasculares.
Na análise prospectiva com mais de 45 mil homens do Health Professionals Follow-up Study, por exemplo, o consumo de ácido graxo ômega-3, tanto de origem marinha como vegetal, associou-se à redução do risco cardiovascular, com pouca influência da ingestão de ômega-6. Já no Nurses’ Health Study, que acompanhou mais de 76 mil mulheres, o consumo de ALA associou-se inversamente ao risco de morte súbita cardíaca, mas não a outros tipos de desfechos coronarianos fatais ou infarto do miocárdio não fatal.
Metanálises e revisões sistemáticas têm demonstrado resultados contraditórios e, no estudo randomizado e controlado Alpha Omega, margarina suplementada com ALA por 40 meses não reduziu a taxa de eventos cardiovasculares maiores em pacientes que já haviam sofrido infarto do miocárdio.
A I diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular recomenda estimular a ingestão de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 de origem vegetal, como parte de uma dieta saudável para reduzir o risco cardiovascular, embora o real benefício dessa recomendação seja discutível e as evidências não sejam conclusivas.