Estudo realizado por Martins e colaboradores teve como objetivo determinar se há relação entre adaptação metabólica oriunda de perda de peso, e consequente influencia no gasto energético de repouso e reganho de peso a longo prazo.
Fizeram parte da pesquisa 171 mulheres (88 brancas e 83 negras), com um IMC médio de 28,3kg/m² e idade média de 35 anos. Todas em estado pré-menopausa, não fumantes e com tolerância normal à glicose, sem uso de medicamentos que pudessem alterar composição corporal ou metabolismo.
As participantes receberam uma dieta que continha 800 kcal, e a consumiram diariamente até atingirem valor de IMC (kg/m²) <25. As participantes foram submetidas a avaliação de peso, composição corporal e taxa metabólica de repouso, numa condição de estabilidade do peso corporal, com redução do peso em 4 semanas enquanto recebiam a dieta. A avaliação foi feita nos dois anos seguintes ao estudo, visando analisar as alterações no longo prazo.
A média de peso perdido foi de 12Kg em aproximadamente 153 dias. Mulheres brancas perderam significativamente mais peso do que quando comparadas às negras em termos absolutos; mas quando estes valores são colocados em % em relação ao peso inicial, a diferença não foi significativa, indicando um maior porcentual de gordura nas mulheres brancas. Nos dois anos seguintes, o reganho de peso foi de aproximadamente 52% e 83%, respectivamente no primeiro e segundo ano, sem diferenças significativas entre raças.
O gasto energético de repouso registrado foi significativamente menor do que a gasto energético de repouso previsto pelos pesquisadores por conta da perda de peso, sem diferenças entre raças. As adaptações metabólicas após a perda de peso não demonstraram relação com a perda de peso ou o reganho nos dois anos seguintes. Mas apresentou uma relação positiva com a perda de gordura corporal e negativa com a perda de massa livre de gordura em ambos grupos de participantes.
Assim, o estudo demonstra que a adaptação metabólica é proporcional à perda de gordura – e não apenas do peso. Porém, como tais adaptações não são mantidas no longo prazo quando há reganho de peso, a relação é negativa entre estes fatores; indicando que o reganho de peso ocorre por meio de outros fatores que promovem o relapso.