Estudo transversal e prospectivo avaliou a associação entre valores de ângulo de fase e variáveis clínicas e nutricionais em pacientes cirróticos com ênfase em sarcopenia. Foram recrutados 122 pacientes homens com cirrose e coletado dados como presença de encefalopatia, marcadores inflamatórios, TNFα, albumina, peso, altura, IMC, ângulo de fase e diagnóstico de sarcopenia.
A idade média dos pacientes foi de 54,4 anos, 71% eram brancos e 42% estavam na fila de transplantes. Destes, 12% (n=15) foram diagnosticados com sarcopenia e 41% (n=50) apresentaram ângulo de fase ≤ 4,9º. As seguintes variáveis foram significativamente menores nos indivíduos sarcopênicos: força de preensão (p=0,000), valor de ângulo de fase (p=0,005), massa muscular (p=0,05), reactância (p=0,023) e albumina (p=0,037). As seguintes variáveis foram significativamente maiores nos indivíduos sarcopênicos: valores de resistência (p=0,021) e níveis de PCR (p=0,04). Os indivíduos com ângulo de fase ≤ 4,9º apresentaram menores níveis de albumina (p=0,04) e de força de preensão (p=0,000), maior idade (p=0,001), episódios de encefalopatia hepática (p=0,016), escore B Child-pugh (p=0,03) e sarcopenia (p=0,03). Foi identificado um ponto de corte de AF ≤ 5,05º para diagnóstico de sarcopenia (sensibilidade de 73,3% e especificidade de 61,5%; p=0,000). Os pacientes que apresentaram sarcopenia tiveram 5,6 vezes mais chance de apresentarem valores de AF ≤ 5,05º.
Os autores concluíram que baixos valores de AF pode ser um bom preditor diagnóstico em cirrose e sugerem sua utilização como um marcador viável para sarcopenia nestes indivíduos, pois o AF é um método de fácil acesso, boa reprodutibilidade e relativo baixo custo, sendo o ponto de corte AF ≤ 5,05º um possível marcador de complicações nutricionais.