Na última terça-feira (10/07/12) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um informe alertando que o consumo de alguns suplementos alimentares, como Jack3D, Oxy Elite Pro e Lipo-6 Black podem causar diversos prejuízos à saúde da população brasileira.
Embora sejam conhecidos como suplementos alimentares utilizados para emagrecimento, esses produtos contêm uma substância proibida, a dimethylamylamine (DMAA), semelhante à anfetamina. Esta substância causa efeitos tóxicos no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso, podendo levar até a morte. Isso ocorre porque os efeitos da DMAA estão relacionados com o aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, ataques de pânico, crises convulsivas e cardiomiopatia induzida por estresse.
Com base nesses efeitos prejudiciais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou sobre os efeitos adversos associados ao consumo da substância DMAA para diversos países.
Segundo o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares, o uso indiscriminado desses produtos está relacionado com o forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos. A Anvisa alertou também que muitos desses produtos não estão regularizados junto à Agência e são comercializados irregularmente no Brasil.
Assim, a Anvisa incluiu a DMAA na lista de substâncias proscritas no Brasil, o que impede sua importação, inclusive por pessoas físicas. Desta forma, a importação e o comércio de suplementos alimentares contendo essa substância podem ter consequências criminais, com penalidades previstas na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, que trata do tráfico ilícito de drogas.
No informe, a Anvisa explica que no Brasil os alimentos apresentados em de cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a serem ingeridos em dose, só podem ser comercializados após o registro junto à Anvisa e extensa avaliação quanto à segurança de uso.
Além disso, os produtos denominados suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações terapêuticas. “Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura corporal, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras para o consumo”, alerta Álvares.
Com o intuito de evitar o consumo de produtos duvidosos, o documento publicado pela Anvisa traz também dicas para identificar suplementos que não estão regularizados no Brasil e recomendações aos consumidores.