O estudo durou7,4 anos e avaliou 135.335 indivíduos de 35 a 70 anos, de diferentes níveissocioeconômicos, de maneira que a alimentação fosse representativa de toda apopulação. Todos os participantes responderam às perguntas de anamnese clínica,questionário de atividade física (IPAq) e questionário de frequência alimentarvalidado para o seu país. Anualmente, os pesquisadores entravam em contato comos participantes para avaliação dos desfechos clínicos. Considerou-se comodesfecho primário mortalidade e principais eventos cardiovasculares (doençacardiovascular fatal, infarto agudo do miocárdio não fatal, acidente vascularcerebral e insuficiência cardíaca), e como desfechos secundários todos infartos do miocárdio, acidente vascularcerebral, mortalidade por doenças cardiovasculares e mortalidade por doençasnão-cardiovasculares. Os participantes foram divididos em quintis de ingestãoalimentar baseado na porcentagem de energia proveniente dos nutrientes.
Durante oestudo 5796 indivíduos morreram e 4784 apresentaram um evento cardiovascular. Aanálise dos macronutrientes indicou que um maior consumo de carboidrato,superior a 60% do consumo energético total, principalmente quando supera 70% daenergia total, associou-se a maior risco de morte e ocorrência de eventoscardiovasculares. Já o consumo de proteína total e gorduras totais e saturadasse correlacionou negativamente ao aparecimento das mesmas complicações edesfecho. Os autores comparam os achados da presente pesquisa aos achados deestudos envolvendo a dieta Mediterrânea, uma vez que nessa dieta o menor riscode mortalidade e doença cardiovascular está relacionado ao elevado consumo deazeite de oliva e castanhas.
No entanto, os autores assumem algumaslimitações do estudo, que não mediu o consumo alimentar absoluto dosparticipantes durante o acompanhamento, tendo realizado essa avaliação apenasno início da pesquisa, sem acompanhar as mudanças alimentares que osparticipantes podem ter sofrido ao longo dos anos. Além disso, os pesquisadoresnão diferenciaram o consumo de carboidratos refinados e integrais e nãoconsideraram o consumo de gordura trans.