Estudo conduzido por Hennessy teve como objetivo avaliar a relação entre o nível de vitamina D da mãe e do cordão umbilical e os resultados atópicos em uma coorte prospectiva.
Para o estudo foram selecionadas gestantes nulíparas, com baixo risco e gestação única, que realizaram sua visita médica entre 14 e 16 semanas de gestação. Foram coletadas informações sobre status socioeconômico, nível educacional e histórico médico completo. Dados sobre o uso de suplementos nutricionais, consumo de álcool, história de tabagismo e drogas recreativas foram registrados sobre o período antes da concepção, durante o primeiro trimestre e no momento da visita de 15 semanas e foram realizadas medidas antropométricas maternas. Foram coletadas amostras de sangue da mãe e do cordão umbilical no mesmo dia da consulta para dosagem de vitamina 25 (OH) D. Após o nascimento, foram aplicados questionários e avaliações clínicas no dia 2 de vida e aos 2, 6, 12, 24 e 60 meses, os quais continham dados sobre dermatite atópica autorrelatada pelos pais, ambiente materno durante a gravidez e ambiente familiar da primeira infância do bebê. Dados sobre alimentação infantil, detalhando amamentação, fórmula ou combinação de alimentação, frequência de alimentos, nome e marca de fórmula infantil, alimentação complementar, comportamento alimentar e suplementação foram coletados em cada avaliação. As medidas antropométricas de peso, comprimento, circunferência abdominal e análise da composição corporal das crianças foram realizadas no dia 2 e aos 2 meses de vida. Eczema e alergia alimentar foram avaliados por questionário específico aos 6, 12 e 24 meses e realizado o prick test aos 24 meses. Diagnósticos de asma e rinite alérgica também foram considerados.
1537 mães concordaram em participar do estudo, e 1035 crianças foram acompanhadas. Na alta hospitalar, 73% das crianças estavam recebendo aleitamento materno (AM), mas essa porcentagem diminuiu para 45% aos 2 meses de idade, sendo que, destes, 17% não era AM exclusivo. Alimentação complementar foi introduzida entre 17 e 26 semanas em 82% das crianças, e 14% recebeu alimentos sólidos entre 15 e 17 semanas de idade.
Quando analisados os dados dos lactentes com dados maternos pré-natais de 25 (OH) D (n = 1412), não houve associação com nenhum desfecho atópico na infância em 2 ou 5 anos. Na sub amostra de lactentes com dados de 25 (OH) D do cordão umbilical (n = 1035), a análise também não mostrou qualquer associação entre as concentrações da vitamina e os resultados atópicos na infância. Estes dados se mantiveram sem associação mesmo quando ajustadas as variáveis.
Dessa forma, os autores concluíram que não houve qualquer associação entre o status de vitamina D durante a gravidez ou no nascimento, com resultados de doença alérgica em 2 e 5 anos.
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