Não. O glúten é uma proteína encontrada em cereais como trigo, centeio e cevada. Já a aveia possui outro tipo de proteína chamada de avenina. Entretanto, a aveia é normalmente cultivada no mesmo terreno que esses grãos em um processo chamado de rotação, onde em uma temporada é plantada a aveia, na outra o trigo, depois o centeio e depois a aveia novamente. O sistema de rotação é uma das melhores maneiras de manter a terra naturalmente fértil, mas esse processo pode deixar para trás algumas sementes de centeio, cevada ou trigo que levam à contaminação da plantação de aveia pelo glúten.
Devido a essas formas de contaminação a maior parte das aveias comercializadas no Brasil contém traços de glúten e não podem ser certificadas como livres de glúten.
Alguns estudos já demonstraram a segurança do consumo de aveia em dietas livres de glúten e recentemente em um estudo publicado na revista Nutrients, pesquisadores acompanharam durante oito anos 106 adultos com doença celíaca que foram divididos em 2 grupos: um grupo consumiu 20g de aveia todos os dias e um grupo controle não consumiu aveia. Os pesquisadores avaliaram a ingestão diária de aveia e fibras, a morfologia do intestino delgado e os sintomas gastrintestinais. Os autores observaram que aqueles que consumiram aveia apresentaram uma ingestão de fibras significativamente maior do que aqueles que não consumiram e que o consumo de aveia, em curto e longo prazo, não danificou as vilosidades da mucosa intestinal. Por isso, foi concluído que o consumo de aveia em longo prazo por essa população não gerou efeitos prejudiciais.