Um estudo publicado na revista Gut demonstrou que a abundância de Akkermansia muciniphila (A. muciniphila), uma bactéria mucina-degradante, foi associada a um estado metabólico saudável em indivíduos com sobrepeso e obesidade.
Com o objetivo de avaliar a associação entre a abundância fecal de A. muciniphila, a dieta e características do hospedeiro, um grupo de pesquisadores europeus conduziu uma intervenção que consistiu em um período de restrição calórica (RC) de 6 semanas seguido por uma dieta de estabilização de peso também de 6 semanas em adultos com sobrepeso e obesidade (N = 49).
A abundância fecal de A. muciniphila, a riqueza genética do microbioma fecal, a dieta e parâmetros bioquímicos foram avaliados no início do estudo, após a RC e após a estabilização de peso.
Os resultados indicam que, no início do estudo, A. muciniphila foi inversamente relacionada com glicemia de jejum e a relação cintura-quadril. Indivíduos com maior riqueza genética e abundância de A. muciniphila apresentaram estado metabólico mais saudável, particularmente nos níveis plasmáticos de glicemia de jejum, triglicérides e distribuição de gordura corporal.
Os indivíduos que tinham maior abundância de A. muciniphila no início do estudo apresentaram melhora substancial nos marcadores de sensibilidade à insulina e nos parâmetros clínicos após a RC. “Esses resultados demonstram uma associação significativa entre a abundância de A. muciniphila e saúde metabólica”, concluem os autores. “No entanto, os mecanismos subjacentes que explicam estas associações devem ser investigados em estudos futuros”, afirmam.