Estudo publicado no Journalof Parenteral and Enteral Nutrition demonstrou que uma baixa dose deemulsão lipídica de óleo de soja, em comparação com uma dose elevada, não foiassociada à colestase (redução do fluxo biliar) em neonatos com distúrbiosgastrintestinais (DG).
De acordo com os autores, recém-nascidos com distúrbiosgastrointestinais têm alto risco de doença hepática associada à nutriçãoparenteral (DHNP). Ainda, emulsões lipídicas intravenosas de óleo de soja (EMOS)são associadas com PNALD. Dessa forma, buscaram determinar se uma dose maisbaixa comparada com uma dose mais elevada de EMOS previniria a colestase semcomprometer o crescimento.
Trata-se de um estudo piloto multicêntrico randomizado econtrolado que incluiu doentes com DG que tinham ≤ 5 dias de idade e queconsumiam uma dose baixa (~ 1 g/kg/d) (grupo estudo) ou uma dose de controle deEMOS (~ 3 g/kg/d) (grupo controle). O desfecho primário do estudo foi a colestase(bilirrubina direta > 2 mg / dL) após os primeiros 7 dias de idade e osdesfechos secundários incluíram crescimento, duração da nutrição parenteral esepse de início tardio.
As características basais foram semelhantes entre osgrupos: estudo (n = 20) e controle (n = 16). Trinta por cento do grupo estudo e38% do controle desenvolveram colestase (p = 0,7). Nenhuma diferença foidemonstrada em nenhum dos desfechos secundários. Não foram encontradas alteraçõesem outros testes de funções hepáticas, como bilirrubina direta (DB) séricamáxima (1,5 ± 1,4 vs 1,9 ± 1,8 mg / dL, p = 0,5) e o tempo para atingir este marco(25 ± 13 vs 27 ± 14 dias, p = 0,6) nos grupos estudo e controle,respectivamente, nem na taxa de variaçãopara BD, desde a linha de base até o valor máximo registrado (0,3 ± 0,08 vs 0,5± 0,09 mg / dL / semana, p = 0,2).
No entanto, o grupo estudo teve menores taxas dealteração da BD para as primeiras 8 semanas (0,07 ± 0,04 vs 0,3 ± 0,09 mg/dL/semana,p = 0,01) e todo o período de estudo (0,008 ± 0,03 vs 0,2 ± 0,07 mg/dL/ semana,p = 0,02) em comparação com o grupo controle.
A velocidade de crescimento no primeiro mês de idade foisemelhante nos dois grupos estudados (18 ± 8 vs 24 ± 16 g / d, p = 0,3). Tambémnão foram encontradas diferenças entre os 2 grupos na variação de peso ao longodo tempo, comprimento e circunferência da cabeça .
De acordo com os autores, estes resultados estão emcontraste com um estudo retrospectivo que observou uma redução de 50% nacolestase em neonatos cirúrgicos que receberam 1 g/kg/d de emulsões lipídicasintravenosas de óleo de soja em comparação com uma coorte histórica.
Atualmente nos Estados Unidos, apenas uma emulsãolipídica, que é a base de óleo de soja, é aprovada pela FDA (Food and Drug Administration). O acessoa emulsões lipídicas alternativas, tais como de óleo de peixe ou emulsõeslipídicas misturadas, é restrito a protocolos de pesquisa e utilizaçãocompassiva. Como as opções preventivas e terapêuticas para DHNP são limitadas,muitos profissionais adotaram a redução da dose de EMOS, mas sua segurança eeficácia ainda estavam por ser esclarecidas.
“Neste estudo piloto, uma baixa dose de EMOS não foiassociada com uma mudança na colestase ou crescimento de curto prazo emrecém-nascidos com DC. No entanto, uma menor dose dessa emusão foi associadacom um aumento mais lento BD com o tempo”, concluem os autores. “Considerando amorbidade e a mortalidade associadas ao DHNP pediátrico, a necessidade de umestudo maior que compare a baixa e alta dose de EMOS é necessária”, afirmam.