Pesquisadores norte-americanos publicaram na revista Diabetes Care um estudo demonstrando que os baixos níveis de 25-hidroxivitamina D (25 [OH] D, forma circulante da vitamina D no sangue e indicador funcional do estoque desta vitamina no organismo, estão relacionados com pré-diabetes.
Os autores idealizaram este estudo com base em estudos de experimentação animal que verificaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D prejudicam a síntese e secreção de insulina. Segundo os pesquisadores, a pré-diabetes é uma fase anterior à hiperglicemia do diabetes, em que os indivíduos apresentam maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2. As estratégias terapêuticas instituídas nesta fase têm se mostrado eficaz em retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2.
Neste sentido, foram avaliados 12.719 participantes, com idade > 20 anos, dos quais 4.057 tinham pré-diabetes, sendo os demais saudáveis. A pré-diabetes foi definida pela glicemia de jejum de 110-125 mg/dL ou após 2 horas de sobrecarga de glicose entre 140-199 mg/dL, ou valor de hemoglobina glicada de 5,7-6,4%. Em seguida, foram dosados os níveis séricos de 25 (OH) D, em que foram categorizados em quartis (≤17,7; 17,8 – 24,5; 24,6-32,4; e >32,4 ng/mL). A ingestão dietética de vitamina D e o consumo de leite foram avaliados a partir de recordatório de 24 h, aplicado uma única vez. A exposição à luz solar foi avaliada a partir de atividades físicas auto relatadas realizadas ao ar livre, incluindo caminhada, corrida, ciclismo, natação e atividades de jardim/quintal.
Os pesquisadores observaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados com pré-diabetes, após ajuste para idade, sexo, etnia, estação do ano, região geográfica, tabagismo, ingestão de álcool, índice de massa corporal, atividade física ao ar livre, consumo de leite, pressão arterial, colesterol sérico, proteína C-reativa e taxa de filtração glomerular. Os indivíduos do 1º quartil (que representa os menores níveis de 25 (OH) D, ≤17,7 ng/mL) apresentaram 1,47 vezes mais chance de desenvolver pré-diabetes (p = 0,001), quando comparados aos indivíduos do 4º quartil (que representa os maiores níveis de 25 (OH) D, >32,4 ng/mL).
“Nossos resultados contribuem para a literatura existente sobre o efeito dos baixos níveis séricos de 25 (OH) D e o desenvolvimento do diabetes tipo 2 demonstrando, pela primeira vez, que os baixos níveis desta vitamina estão independentemente associados com pré-diabetes, fase em que os esforços são eficazes na prevenção do aparecimento do diabetes”, ressaltam os autores.
“Em resumo, em uma amostra representativa de adultos, baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados positivamente com pré-diabetes. Com isso, seria de relevância para a saúde pública verificar se a suplementação de vitamina D poderia ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes tipo 2”, concluem.
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