Pesquisadores publicaram na revista científica The Journal of National Cancer Institute um estudo que avaliou o consumo de café na incidência de câncer de próstata e concluiu que seus compostos bioativos têm efeitos protetores para este tipo de câncer.
A associação entre a ingestão de café e o risco de câncer de próstata foi analisado prospectivamente em 47.911 homens profissionais da área da saúde, durante dez anos. Os dados sobre o consumo de café destes participantes foram avaliados desde o ano de 1986, sendo visitados a cada quatro anos. A incidência de câncer foi acompanhada até 2006 e a ocorrência de metástases e mortalidade acompanhadas até 2008.
Os homens que consumiram seis ou mais xícaras por dia apresentaram menor risco relativo para o câncer de próstata em comparação com os que não consumiam (RR = 0,82, 95% intervalo de confiança [CI] = 0,68-0,98). Essa associação foi mais significativa em relação ao câncer de próstata mais agressivo, pois os consumidores de mais de seis xícaras de café por dia apresentaram um risco relativo ainda menor (RR = 0,40, IC 95% = 0,22 a 0,75).
O consumo de café descafeinado também mostrou ter relação com a menor incidência de câncer de próstata mais agressivo (RR = 0,91, IC 95% = 0,83 a 1,00). Isso sugere que esses efeitos podem ser relacionados aos compostos biologicamente ativos presente no café, como os polifenóis, na proteção do risco de câncer de próstata.
“O café contém muitos compostos biologicamente ativos, incluindo os ácidos fenólicos, que têm atividade antioxidante e pode afetar o metabolismo da glicose e os níveis de hormônios sexuais. Os ácidos clorogênicos presentes no café inibem a absorção de glicose no intestino e podem alterar favoravelmente os níveis de hormônios intestinais, que afetam a resposta à insulina”, explicam os autores.
“Os homens que consumiram café regularmente tiveram um risco reduzido de câncer de próstata agressivo. Entretanto, este estudo apresenta algumas limitações. Primeiro, nós confiamos na dieta auto-referida, que é inevitavelmente imperfeita e foram avaliados somente a cada quatro anos, perdendo assim as flutuações no consumo. Essa associação deve ser estudada em outros estudos com maiores variações na ingestão de café”, concluem.
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