Conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o estudo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, demonstrou o efeito positivo do chá verde na melhora da nefropatia causada por diabetes. Trata-se de um ensaio clínico, duplo-cego, no qual 42 pacientes diabéticos com uma razão urinária de albumina-creatinina >30 mg/g, mesmo com a administração da dose máxima recomendada de inibidores de renina-angiotensina (em pacientes diabéticos com proteinúria e graus variáveis de perda da função renal, esse tipo de medicamento tem determinado alterações importantes na história natural dessa doença, reduzindo a proteinúria e a velocidade de perda da massa funcionante renal.), foram divididos aleatoriamente em dois grupos iguais que receberam, durante 12 semanas, extrato de chá verde (contendo 800 mg de epigalocatequina-galato) ou placebo.
O medicamento foi mantido para todos os pacientes durante todo o período do estudo. O grupo que recebeu o extrato de chá verde teve uma redução de 41% na albuminúria (perda da albumina por meio da urina), ao passo que o grupo que recebeu placebo teve um aumento de 3%.
Segundo os autores, a eliminação de albumina na urina é normal em pequenas quantidades (até 30 mg por dia). No entanto, os pacientes do estudo eliminavam quantidades superiores apesar do tratamento medicamentoso. Alta excreção de albumina é indicador de prejuízo na função renal. “A administração de polifenóis de chá verde reduz a albuminúria em pacientes diabéticos que receberam a dose máxima recomendada de inibidores do sistema renina-angiotensina”, concluem os autores. “São necessários futuros ensaios randomizados multicêntricos, com amostras maiores, para confirmar a segurança e eficácia a longo prazo”, afirmam.
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