Estudo apresentado no International Liver Congress 2016 demonstra que o acumulo de gordura na região da cintura pode aumentar o risco de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), mesmo em indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) ideal.
A análise retrospectiva envolveu 334 pacientes com DHGNA comprovada por biópsia, sendo que desse total 61 indivíduos estavam com peso corporal normal (IMC <25 kg/m²) e o restante estava acima do peso.
No início do estudo, a circunferência da cintura foi maior naqueles indivíduos com excesso de peso (104,1 cm) do que nos pacientes de peso normal (89,9 cm; p<0,0001).
De particular interesse é o fato de que, entre os 61 pacientes com IMC na faixa normal, quase 36% tinham esteatohepatite não alcoólica e 20% tiveram fibrose significativa (grau 2 ou superior). Mas, independentemente do IMC, aqueles com cinturas maiores tiveram piores perfis metabólico, vascular e hepático do que aqueles com cinturas menores.
“Este estudo provou que a gravidade da DHGNA não está necessariamente ligada ao peso do indivíduo, mas à quantidade de gordura que eles têm em torno da cintura”, concluem os autores. “Os resultados evidenciaram a necessidade de pesquisas adicionais sobre por que a análise da cintura de uma pessoa, e não apenas o seu peso, é importante na detecção de indivíduos em risco de complicações associadas a esta doença. Nossa sugestão é que todos os pacientes devem ter sua circunferência da cintura medida, mesmo que eles tenham um índice de massa corporal normal”, afirmam.