“A circunferência do pescoço (CP) pode ser utilizada como indicador clínico relevante e de fácil implementação para riscos cardiometabólicos em crianças”, é a conclusão de um estudo publicado no BMC Pediatrics.
Com o objetivo de comparar índices antropométricos e determinar valores de ponto de corte para CP que possam prever risco aumentado de síndrome metabólica, resistência insulínica e inflamação sistêmica de baixo grau em crianças, Gomez-Arbelaez e colaboradores conduziram um estudo transversal no qual recrutaram 669 crianças com idade entre 8 e 14 anos.
Foram coletados dados de peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura e quadril, dobra cutânea triciptal e subescapular, CP, % de gordura corporal por bioimpedância, pressão arterial, desenvolvimento puberal e alguns parâmetros sanguíneos, como glicemia, triglicérides, colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL), proteína C-reativa (PCR) e insulina.
Os resultados demonstraram que a CP foi positivamente associada com os níveis sanguíneos de glicemia e triglicérides de jejum (p=0,001 para ambos), pressão sanguínea, PCR, insulina e índice de HOMA (p<0,001) e negativamente correlacionada com HDL (p=0,001), ou seja, quanto maior a CP, menor o HDL, e vice-versa.
Considerando que outros índices antropométricos foram associados com menos fatores de risco, a CP se mostrou o marcador mais consistente e robusto entre eles.
Os pontos de corte encontrados para a CP a fim de identificar crianças com risco elevado de síndrome metabólica, resistência insulínica e inflamação sistêmica de baixo grau foram de 28,5 a 29,3 cm para meninas e 29 a 30 cm para meninos.
“Mais estudos longitudinais em populações representativas são necessários para confirmar estas descobertas e estabelecer a CP como critério básico para o diagnóstico de fatores de risco cardiometabólico”, afirmam os autores.
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