Suplementação de ácido fólico (AF) antes da concepção reduz significativamente o risco de pequenos para a idade gestacional (PIG) no momento do nascimento, de acordo com um estudo publicado no jornal internacional de obstetrícia e ginecologia.
Há uma boa base de evidências científicas que sugerem que o AF reduz o número de gestações afetadas por defeitos do tubo neural, como a espinha bífida. “Este estudo traz mais evidências dos benefícios de saúde positivos de ácido fólico no que diz respeito à redução do número de bebês PIG nascidos no Reino Unido”, afirmam os autores.
Trata-se de um estudo populacional e revisão sistemática na qual os autores usaram uma base de dados regional do Reino Unido para o estudo da população e uma pesquisa de literatura para a revisão sistemática. O estudo populacional contou com 111.736 nascidos vivos sem anomalias congênitas conhecidas, e a revisão sistemática incluiu 188.796 nascimentos nas mesmas condições.
Entre as 108.525 gestações nas quais os pesquisadores obtiveram informações sobre consumo de AF, 84,9% das mães haviam suplementado durante a gravidez, mas apenas 25,5% começaram a suplementação antes da concepção.
No geral, 13,4% dos bebês tinha um peso de nascimento sob o percentil 10 e 7% no percentil 5. Para gestações em que as mães não suplementaram AF, esses percentuais eram de 16,3% e 8,9%, respectivamente.
Após o ajuste para as características maternas e relacionadas com a gravidez, as mulheres que começaram a suplementação de AF antes da concepção apresentaram um risco 20% menor para PIG inferior ao percentil 10 e 22% menor risco para PIG inferior ao percentil 5 em comparação com aqueles que não o fizeram.
Reunindo estes dados com os dados de outros estudos na revisão sistemática os autores observaram um resultado semelhante: as mulheres que começaram a suplementação com AF antes da concepção tiveram um risco 25% menor para PIG inferior ao percentil 5 (P <0,006). Iniciar a suplementação de AF durante a gravidez não afetou significativamente as taxas de PIG.
Os autores afirmam que as limitações do estudo incluem a incapacidade de determinar uma relação dose-resposta entre a suplementação com ácido fólico e SGA, mas que com esses resultados é possível apoiar e incentivar a política de fortificação de alimentos com a fortificação obrigatória de pão ou farinha com ácido fólico como uma medida de saúde pública para melhorar a vida de mães e bebês.