A metanálise publicada na revista Alimentary Pharmacology & Therapeutics demonstra que indivíduos que consomem bebidas alcoólicas foram associados a um risco 17% maior de desenvolver adenoma colorretal (CRA), em comparação com os que não bebem ou bebedores ocasionais de álcool.
Vinte e três estudos de caso-controle e dois estudos de coorte foram incluídos na metanálise. Dado o fato de que diferentes estudos utilizaram diferentes maneiras para descrever o nível de consumo, o consumo de álcool, foi convertido em gramas de etanol por dia, utilizando as seguintes equações: 1 ml = 0,8 g e uma bebida = 12,5 g. O consumo de bebidas foi definido como leve (≤12,5 g/dia de etanol), moderado (12,6 – 49,9 g/dia de etanol) e intenso (≥ 50 g/dia de etanol). Abstêmios ou consumidores ocasionais de álcool foram a categoria de referência. Um modelo de efeitos aleatórios foi utilizado para estimar os riscos relativos (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC) para a associação entre o consumo de álcool e o risco CRA.
Todos os indivíduos que consumiam álcool, leve, moderada ou intensamente, foram associados a um risco 17% maior de desenvolver CRA em comparação àqueles que não bebiam ou ingeriam ocasionalmente. A análise dose-resposta demonstrou que para aqueles que consomem 10, 25, 50 e 100 g de etanol/dia, o RR estimado de desenvolvimento de CRA foram 1,02 (IC 95% 0,89-1,16), 1,06 (IC 95% 0,92-1,20), 1,16 (95% IC 1,02-1,33) e 1,61 (95% IC 1,42-1,84), respectivamente, em comparação com o grupo de não bebedores ou consumidores ocasionais. Os resultados demonstram que não houve diferença significativa no risco de CRA entre esses gêneros.
“Essa metanálise sugere que o consumo de álcool está relacionado a um aumento significativo do risco de CRA”, concluem os autores. “O estudo pode fornecer uma visão para o melhor entendimento da relação álcool-CRA. Recomendações de saúde pública para a prevenção do CRA devem considerar limitar o consumo de bebidas alcoólicas”, afirmam.
No entanto, os autores declaram que uma das limitações do estudo é o fato de não conseguirem determinar um padrão do tipo de bebida consumida pelos participantes, devido a heterogeneidade da amostra.