3900 pessoas entre 45 e 74 anosforam avaliadas em um período inicial e após um follow-up de 7 anos. Asanálises incluíram dados antropométricos, bioquímicos e ultrassonografia dascaróticas para verificar a presença de placas e a área total das placas (ATP).Consumo de peixe e óleo de peixe foi verificado através de questionário defrequência alimentar e perguntas realizadas durante as duas avaliações.
No período inicial, foi observadarelação inversa entre número de porções de peixes consumidos na semana evalores séricos de triglicerídeos (p=0,002). Placas de gordura foramencontradas em 48,3% da população estudada. Observou-se relação inversasignificativa (p = 0,02) entre consumo de “peixes magros” e prevalência dasplacas, mas não em ATP. Nenhuma associação significativa foi encontrada entre aingestão total de peixe, ingestão de “peixes gordos”, uso de suplementos deóleo de peixe e prevalência de placas ou ATP.
Após 7 anos, placas de gorduraforam encontradas em 62,7% da população estudada. As avaliações mostraram que oconsumo total de peixe e ingestão de “peixes gordos” foi positivamenteassociado à prevalência das placas, mas não em ATP. Em pacientes sem placas noinício do estudo, consumo total de peixe ≥3 vezes/semana vs. consumo 1–1,9vezes/semana foi associado com maior risco de nova placa (OR 1,32, 95% CI1,01-1,73) e maior ATP (1,76 mm2 vs. 1,46 mm2, p = 0,02) no follow-up. O consumo de óleo de peixe não tive impactonas avaliações.
Os autores concluíram que nãoforam observados efeitos protetores do consumo de “peixes gordos” ou uso desuplementos de óleo de peixe no risco de aterosclerose. As descobertas sugeremque os efeitos benéficos do consumo de peixe na aterosclerose podem sermediados por outros mecanismos que não os PUFAs ômega-3.