Segundoos autores, asma e obesidade muitas vezes ocorrem juntas nas crianças, mas nãoestava claro se as crianças com asma têm maior risco de ter obesidade ou secrianças obesas desenvolvem asma.
Parainvestigar a relação entre asma e obesidade, a Dra. Zhanghua e colaboradoresanalisaram dados de 2.171 crianças participantes do Southern California Children’s Healthy Study que tinham entre cincoe oito anos de idade e que não eram obesas no momento do recrutamento. Ascrianças foram acompanhadas nesse estudo por até 10 anos. O peso e altura dascrianças foram verificados a cada ano para determinar o índice de massacorporal e o diagnóstico de asma foi informado pelos pais ou pelas própriascrianças.
Osresultados demonstraram que crianças com asma no início do estudo tiveram umrisco 51% maior de obesidade durante a infância ou a adolescência em comparaçãoàs crianças sem asma no início do estudo após ajustes.
Ospesquisadores confirmaram esse achado analisando dados de um grupo separado de2.684 crianças participantes desse mesmo estudo e que constatou que a existênciade asma ao início do estudo foi associada a um aumento do risco de obesidade em56% durante o acompanhamento de aproximadamente oito anos.
Ouso de inaladores de resgate – mas não de outros medicamentos para asma – noinício do estudo parece ter diminuído o risco de obesidade na coorte original.As crianças com asma que usavam esses inaladores tiveram aproximadamente metadedo risco de obesidade em comparação às crianças com asma que não usavam essesmedicamentos.
Osautores especulam que os inaladores de resgate com medicamentos beta-agonistaspodem proteger contra a obesidade por meio dos seus efeitos sobre os adipócitose a lipólise. Eles observaram que tanto os miócitos quanto os adipócitos têmreceptores beta-agonistas sobre os quais os fármacos podem agir e que aestimulação desses receptores aumenta o gasto de energia e a queima de gordura.
Umalimitação do estudo é que foram os pais / as crianças a informar o diagnósticode asma e sempre há a chance de um relato incorreto. O estudo também obteveinformações limitadas sobre a atividade física e nenhuma informação sobre aalimentação dessas crianças. Os pesquisadores sugerem que estudos futurosprecisam avaliar diretamente a gordura corporal e a distribuição dela, de modoa confirmar esses resultados.
Osautores concluem que o estudo enfatiza a importância de iniciar o tratamento daasma logo que possível. “O diagnóstico e o tratamento precoces da asmapodem evitar o ciclo vicioso da asma que aumenta a incidência de obesidade e aobesidade, por sua vez, aumenta os sintomas e morbidade da asma, levando a maisganho de peso”, afirmam.