Pesquisadores americanos relataram que, em comparação com a avaliação de fatores de risco clínicos e testes de sangue oculto nas fezes, a análise do microbioma intestinal é capaz de distinguir com mais sucesso indivíduos saudáveis, aqueles com pólipos adenomatosos pré-cancerosos ou com câncer colorretal invasivo.
O estudo, publicado na “Cancer Prevention Research”, analisou amostras de fezes de 90 indivíduos divididos em 3 grupos: saudável (n=30 pacientes saudáveis), adenoma (n=30 pacientes com pólipos adenomatosos pré-cancerosos) e carcinoma (n=30 pacientes com câncer colorretal invasivo). Os resultados demonstraram que a composição do microbioma intestinal foi diferente para os indivíduos dos três grupos.
Combinado com os fatores de risco clínicos de câncer colorretal (por exemplo, índice de massa corporal, idade, etnia), os dados do microbioma intestinal melhoraram significativamente a capacidade de diferenciar os pacientes entre os grupos saudável, adenoma e carcinoma em relação aos fatores de risco sozinhos. Além disso, somente o uso de dados do microbioma intestinal como uma ferramenta de triagem, foi melhor que o teste de sangue oculto nas fezes para distinguir indivíduos com pólipos adenomatosos pré-cancerooas de pacientes com câncer colorretal invasivo.
“Os resultados do nosso estudo demonstram a viabilidade da utilização da composição do microbioma intestinal para detectar a presença de lesões pré-cancerosas e cancerosas”, comentam os autores. “Além disso, se os resultados forem confirmados em grupos maiores de pessoas, o acréscimo da análise microbioma intestinal em outros testes fecais pode fornecer uma forma não invasiva para detectar o câncer colorretal”, concluem.