Um estudo publicado no The Journal of Nutrition, demonstrou que a deficiência de vitamina B12 em crianças está associada à repetição de série e absenteísmo escolar, independente dos níveis de ferro, folato, zinco e vitamina A.
Micronutrientes são essenciais para o desenvolvimento neurocognitivo e seu papel em resultados educacionais está claro. Diante desse cenário, Duong e colaboradores recrutaram 3.156 crianças com idade entre 5 e 12 anos a partir de escolas públicas de Bogotá, na Colômbia. No início do ano escolar, foram coletadas amostras de sangue para análises de ferritina circulante, hemoglobina, zinco, vitaminas A e B12, eritrócitos e volume corpuscular médio (VCM). A taxa de absenteísmo foi registrada semanalmente durante o ano escolar, e a repetência foi determinada no ano seguinte.
De acordo com os resultados, o risco de repetência foi de 4,9% e a taxa de absenteísmo foi de 3,8 dias por criança durante o ano de observação. A deficiência de vitamina B12 (<148 pmol/L) foi associada a um risco 2,36 vezes maior de repetência em comparação com as concentrações plasmáticas ≥148 pmol/L (95% CI: 1.03, 5.41; P = 0.04). Os outros micronutrientes não foram relacionados com a repetência.
A deficiência de vitamina B12 também foi associada às taxas de absenteísmo escolar. As crianças com deficiência de vitamina B12 apresentaram uma taxa 1,89 vezes maior de absenteísmo em comparação com crianças que tinham níveis plasmáticos de vitamina B12 ≥148 pmol/L (IC 95%: 1,53, 2,34; p <0,0001).
“A deficiência de vitamina B12 foi associada com maiores taxas de repetência e evasão escolar de crianças em idade escolar em Bogotá, Colômbia”, concluem os autores. “Os efeitos da correção da deficiência dessa vitamina sobre os resultados educacionais e o desenvolvimento neurocognitivo das crianças nessa faixa etária, têm de ser determinados em estudos de intervenção”, afirmam.