Ghee ou manteiga clarificada é um produto derivado do leite muito utilizado na Índia e em alguns países da África e do Oriente Médio, desde meados de 1500 a. C.. É obtido do leite, creme ou manteiga de vaca, búfala, cabra ou outros animais por meio de processos de alta temperatura que resultam na remoção quase total de umidade e proteínas sólidas do leite, conferindo ao produto uma estrutura física bastante particular.
Possui sabor característico que é atribuído a degradação de minerais, proteínas e lactose, sendo que a redução da lactose faz com que seu consumo seja bastante indicado para os intolerantes a esse carboidrato. Em sua composição encontramos 99% de gordura, das quais, aproximadamente, 60% correspondem à gordura saturada. Também fazem parte da composição: triglicerídeos, pequena quantidade de colesterol, ácidos graxos poli-insaturados (ômega-6, ômega-9 e ácido graxo conjugado – CLA) e vitaminas lipossolúveis, como vitaminas A e E.
Em seus países de origem, o ghee é utilizado como ingrediente culinário, como agente terapêutico dentro da medicina Ayurveda ou até em rituais religiosos. No Brasil, no Ghee é utilizado cada vez mais como ingrediente de “dietas naturais”, como um substituto para a manteiga e margarina. Mas será que o Ghee pode ser indicado como uma alternativa para substituir esses alimentos?
Considerando uma alimentação equilibrada e variada, o Ghee pode ser uma alternativa ao consumo de manteiga e margarina, porém devemos observar com cuidado os benefícios para a saúde atribuídos a ele. Há poucos trabalhos na literatura que tenham estudado seus efeitos positivos em dietas isentas de lactose, como alimento fonte de antioxidante ou seu efeito sobre os níveis de lipídiossanguíneos, uma vez que possui elevada quantidade de gordura saturada em sua composição. Portanto, devemos usar o Ghee com moderação e evitar atribuir a ele propriedades nutricionais não comprovadas.