O Diabetes Mellitus Gestacional é definido como qualquer grau de intolerância à glicose, cujo início ou detecção ocorre durante o período da gravidez. É considerado o problema metabólico mais comum durante a gestação e tem prevalência entre 3% a 25% nas gestantes, podendo ou não persistir após o parto.
Por ser causa de morbidades para mãe e filho, durante e após a gravidez, recomenda-se que o DMG seja detectado o mais brevemente possível. Alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da doença: 1) sobrepeso; 2) obesidade pré-gestacional; 3) maior ganho de peso durante a gestação; 4) idade da gestante superior a 35 anos; 5) histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, entre outros.
Esse distúrbio metabólico pode perpetuar após o momento do parto. O grau de intolerância à glicose evidenciado durante a gestação é um dos principais determinantes do risco aumentando para o desenvolvimento futuro de diabetes pela mãe.
Segundo estudo realizado pela Revista de Saúde Pública, foi evidenciado que há uma maior frequência de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 no período pós-parto em mulheres que apresentam passado com diagnóstico de Hiperglicemia Gestacional e Diabetes Mellitus Gestacional, em comparação a mulheres que não desenvolveram tais doenças durante o período gestacional.
A maioria das mulheres apresentam normalização após o parto, mas é recomendado observar os níveis de glicemia nos primeiros dias e orientar manutenção de uma dieta saudável, evitando prescrição de dietas hipocalóricas e incentivando o aleitamento materno, que pode contribuir para a redução do risco de desenvolvimento de DM2 após a gestação. Caso ocorra hiperglicemia durante o período de amamentação, o uso de insulina é indicado. A tolerância à glicose deve ser reavaliada a partir de 6 semanas após o parto e medidas de adoção de estilo de vida saudável devem ser estimuladas.