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Dieta cetogênica e evolução de pacientes com Glioblastoma Multiforme

Glioblastoma multiforme (GBM) é ocâncer cerebral primário mais agressivo, com período médio de sobrevida emtorno de 8 a 15 meses. Schwartz e sua equipe avaliaram os efeitos da dietacetogênica (KD) associada ao tratamento padrão DO GBM (cirurgia, radioterapia equimioterapia) em pacientes com a doença diagnosticada.

Foram avaliados 15 pacientes, dosquais 10 terminaram o protocolo do trabalho. Após a realização de cirurgia e concomitantementeà quimio e/ou radioterapia, os pacientes foram orientados a seguir a KD (razãode 3:1 gramas de gorduras + proteínas para cada grama de carboidratos) durante6 semanas. Foram realizadas análises sanguíneas para quantificar lipídeos plasmáticos,ácido úrico, glicose e corpos cetônicos. O peso dos pacientes também foicontrolado diariamente.

Os autores verificaram que nãohouve nenhum efeito colateral adicional associado à KD, e todos os pacientesperderam peso. A glicemia foi mantida em níveis inferiores a 100mg/dL e corposcetônicos por volta de 1-2 mM em média, o que poderia ser uma respostametabólica interessante para pacientes com GBM.

Porém, os autores trouxeram diversasdiscussões interessantes sobre a KD: pacientes no momento pós-cirúrgico precisaramde auxilio para seguir a dieta; é muito difícil para o cuidador, se tratando dotipo da doença, restringir calorias e proibir alimentos que o paciente considereconfortante; o preparo e a palatabilidade do alimento pode ser um desafio parao paciente e para o cuidador; hospitalização e internação em centros de cuidadopode ser um problema para o preparo desse tipo de dieta, devido à estrutura edisponibilidade; devido ao mau prognóstico do GBM, pacientes e suas famíliasmuitas vezes procuravam por todos os possíveis tratamentos alternativos, o quetraz viés na investigação da eficácia da KD; devido ao rigor e limitações daKD, a socialização com amigos e familiares pode ser difícil; efeitos colateraisda radio e/ou quimioterapia podem ser exacerbados pela KD.

Assim, os autores concluem que aimportância da KD no tratamento de pacientes com GBM ainda deve ser provado portestes clínicos. Evidenciam, também, que atualmente existe uma falta deprotocolos de KD, o que dificulta a comparação de resultados encontrados em diferentesestudos.

 

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