Os resultados de um estudo publicado na revista Diabetes Care, da Associação Americana de Diabetes, demonstram que o tratamento de mulheres com diabetes gestacional utilizando dietas com baixo teor de carboidratos não reduziu a necessidade do tratamento com insulina nessa população.
Trata-se de um estudo randomizado controlado que acompanhou 152 mulheres com diabetes gestacional que foram divididas em dois grupos, um grupo recebeu uma dieta com baixo teor de carboidratos (LOW-CARB, carboidratos = 40% do valor calórico total) e o outro grupo recebeu uma dieta controle (carboidratos = 55% do valor calórico total). O teor de proteína foi igual em ambas as dietas (20% do valor calórico total). A ingestão de carboidratos foi avaliada através de registro alimentar de 3 dias.
A idade gestacional média no início do estudo foi de 30,4 semanas para o grupo LOW-CARB e 30,1 semanas para o grupo controle, a média de idade das mulheres foi de 33,5 anos para o grupo LOW-CARB e 32,1 anos para o grupo controle. No total, 130 mulheres terminaram o estudo.
Na análise de intenção de tratamento, a necessidade de tratamento com insulina foi semelhante tanto para o LOW-CARB quanto para aquelas que receberam dieta controle. A taxa tratamento com insulina foi idêntica: 54,7% no grupo LOW-CARB (41 de 75 mulheres) e no grupo controle (41 de 75 mulheres).
Os resultados foram semelhantes nos dois grupos, onde a taxa de tratamento com insulina foi de 54,3% (38 de 70 mulheres) no grupo LOW-CARB e 55% (33 de 60 mulheres) no grupo controle. A ingestão de carboidratos, que foi avaliada pelo registro alimentar de três dias, foi significativamente menor no grupo LOW-CARB (p = 0,0001). Não houveram diferenças nos resultados obstétricos ou perinatais entre os grupos de tratamento.
“Nosso estudo é o primeiro a mostrar que uma dieta com baixo percentual de calorias provenientes de carboidratos não mostra um efeito em termos de tratamento com insulina, e ao mesmo tempo, esse tipo de dieta não tem efeitos adversos sobre o resultado da gravidez”, concluem os autores.
“No entanto, as dietas de baixo índice glicêmico ainda podem ser eficazes no tratamento de um subgrupo de mulheres, por exemplo, as mulheres com obesidade”, destacam.