Realizou-se um ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado em 40 homens e mulheres com sobrepeso ou obesidade, com idade superior a 50 anos e sem história de DCV conhecida. Os voluntários receberam dietas completas com grãos integrais durante 8 semanas, depois das quais sucedeu-se uma pausa de 10 semanas. Passado esse tempo, os participantes receberam dietas completas, dessa vez substituindo os grãos integrais por refinados. A composição de macronutrientes foi semelhante nas duas dietas, exceto pela inclusão de grãos integrais ou refinados (50 g / 1000 kcal em cada dieta).
As avaliações incluíram pressão arterial, composição corporal, perfil lipídico, adiponectina, marcadores de inflamação e glicemia.
Trinta e três participantes (6 homens e 27 mulheres) completaram o ensaio. A média de índice de massa corporal dos participantes foi de 33,1 ± 4,3 kg / m².
A diminuição da pressão arterial diastólica foi -5,8 mm Hg após a dieta de grãos integrais e -1,6 mm Hg após a dieta de grãos refinados (p = 0,01). A diminuição da adiponectina plasmática foi de -0,1 após a dieta de grãos integrais e -1,4 (IC 95%: -2,6, -0,3) após a dieta com grãos refinados (p = 0,05).
Foram observadas reduções significativas no peso corporal, perda de gordura, pressão arterial sistólica, colesterol total e colesterol LDL durante ambos os períodos de dieta, sem diferença relevante entre eles.
“A melhora da pressão arterial diastólica foi 3 vezes maior em adultos com sobrepeso e obesidade quando consumiram uma dieta com grão integral em comparação com uma dieta de grãos refinados”, concluem os autores. “Como a pressão arterial diastólica prevê a mortalidade em adultos com mais de 50 anos de idade, o consumo de grãos integrais pode fornecer uma abordagem funcional para controlar a hipertensão. Isto pode beneficiar pacientes em risco de morbidade e mortalidade vasculares”, afirmam.