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Dieta enteral enriquecida com nutrientes imunomoduladores não beneficia pacientes críticos

 

Resultados de um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) demonstram que em comparação com uma dieta enteral hiperproteica padrão (HP), a utilização de dieta enteral hiperproteica enriquecida com imunomoduladores (IMHP) em pacientes adultos respirando com a ajuda de ventilação mecânica em unidades de terapia intensiva (UTI) não melhorou complicações infecciosas ou outros desfechos clínicos.

Com o objetivo de determinar se a utilização de IMHP reduzia a incidência de infecções em comparação com a HP, pesquisadores europeus conduziram um estudo multicêntrico, duplo-cego, randomizado que foi realizado de fevereiro de 2010 a abril de 2012, incluindo um período de acompanhamento de 6 meses em 14 UTIs na Holanda, Alemanha, França e Bélgica. Um total de 301 pacientes adultos com expectativa de necessidade de ventilação mecânica e nutrição enteral por mais de 72 horas foram aleatoriamente divididos entre os grupos IMHP (n = 152) e HP (n = 149) e incluídos em uma análise de intenção de tratar. As intervenções em ambos os grupos tiveram início nas primeiras 48 horas de internação na UTI e continuou durante a internação por um período máximo de 28 dias.

O desfecho primário do estudo foi a incidência de novas infecções, de acordo com as definições dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC). Os desfechos secundários incluíram mortalidade, duração da ventilação mecânica, tempo de internação na UTI e no hospital, além de subtipos de infecções conforme definições do CDC.

Os resultados demonstram que não houve diferenças estatisticamente significativas na incidência de novas infecções entre os grupos (53% no grupo IMHP e 52% no grupo HP – p = 0,96). Também não houve diferenças estatisticamente significativas nos outros desfechos clínicos estudados, com exceção da taxa de mortalidade em 6 meses, que foi mais elevada no grupo IMHP (54% no grupo IMHP e 35% no grupo HP – p = 0,04).

“Entre pacientes adultos com ventilação mecânica em UTIs a utilização de IMHP comparada à utilização de HP não evitou ou melhorou complicações infecciosas e outros desfechos clínicos, podendo ainda ser prejudicial para essa população, como demonstrado pelo aumento na mortalidade em 6 meses”, afirmam os autores. “Esses resultados não apoiam o uso de IMHP nesses pacientes”, concluem.

 

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