Estudo publicado na revista Nutrition and Cancer demonstrou que a dieta neutropênica (ND), comparada a uma dieta regular, não é capaz de reduzir taxas de infecção e mortalidade em pacientes com câncer em risco de neutropenia
A ND caracteriza-se por restringir o consumo de frutas e legumes não cozidos, carne e peixe crus, e queijos de pasta mole (brie, camembert, serra de estrela, munster, azeitão). O objetivo dessas restrições é diminuir o risco de infecção em pacientes com risco ou com neutropenia já estabelecida.
Para avaliar se ND é capaz de reduzir taxas de infecção e mortalidade em pacientes com câncer em risco de neutropenia, pesquisadores norte-americanos conduziram uma metanálise que compreendeu 4 estudos e 981 pacientes, na qual compararam a ND com uma dieta regular (RD).
Os resultados não apresentaram diferenças nos principais índices de infecção ou mortalidade entre os grupos ND e RD. Ao analisar o desfecho geral de qualquer infecção ou febre, a razão de risco foi significativamente superior no grupo ND (risco relativo = 1,18, intervalo de confiança: 1,05-1,34, p = 0,007). Quando a análise foi restrita a apenas ensaios clínicos randomizados, ambos os grupos tiveram desfechos comparáveis.
“Verificamos que o uso do ND não diminuiu as taxas de infecção ou mortalidade em pacientes com câncer neutropênicos”, concluem os autores. “São necessários estudos maiores que incluam uma ampla gama de questões nutricionais, incluindo o microbioma, nesta população de pacientes. Até então, pode ser hora de relaxar nas restrições da ND”, afirmam.