Pesquisadores do Reino Unido publicaram na revista científica British Medical Journal um estudo que comprova a associação inversa entre a alta ingestão de fibras dietéticas e doença diverticular.
Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, em que os autores recrutaram participantes a partir do estudo EPIC (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition). Os participantes responderam um questionário sobre estilo de vida e dieta, incluindo um questionário de frequência alimentar semiquantitativo validado, referente ao consumo do ano anterior.
Foram avaliados 47.033 homens e mulheres, divididos em quatro grupos de dieta com base nos seguintes padrões alimentares: aqueles que comem carne (“comedores de carne”), aqueles que não comem carne, mas comem peixe (“sem carne, mas consome peixe”), aqueles que não comem carne ou peixe, mas consomem produtos lácteos e/ou ovos (“vegetarianos”), e aqueles que não comem carne, peixe, ovos ou produtos lácteos (“vegans”).
Após o acompanhamento de 11 anos, houve 812 casos de doença diverticular, com consequente 806 admissões hospitalares e seis mortes. Os vegetarianos apresentaram 31% menor risco de doença diverticular em comparação com os comedores de carne. A probabilidade de internação hospitalar ou morte por doença diverticular nas idades entre 50 e 70 dos comedores de carne foi de 4,4%, enquanto para os vegetarianos foi de 3,0%.
Independentemente do padrão alimentar, os indivíduos que apresentaram consumo de fibras ≥ 25 g/dia tiveram 41% menor risco de desenvolver doença diverticular, em comparação com a baixa ingestão de fibras (< 14 g/dia para mulheres e homens). Com isso, os pesquisadores verificaram que tanto a dieta vegetariana quanto a dieta com alta ingestão de fibras estão significativamente associadas com risco menor de doença diverticular.
“Nosso achado de um menor risco de doença diverticular entre homens e mulheres com maior ingestão de fibra é consistente com os resultados de outros estudos, mas os resultados ainda eram inconsistentes. Assim, o nosso estudo pode esclarecer esta questão, devido ao número de participantes e tempo de acompanhamento”, destacam os autores.
“Estas descobertas dão suporte às recomendações de saúde pública que incentivam o consumo de alimentos ricos em fibras, como pães integrais, cereais integrais, frutas e legumes”, concluem.
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