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Documentação de desnutrição pode aumentar reembolso hospitalar

desnutrição aumenta reembolso hospitalar

Documentação de desnutrição pode aumentar reembolso hospitalar

Estudo transversal realizado em Portugal buscou determinar como a presença do diagnóstico e codificação de desnutrição no prontuário influencia no cálculo correto dos custos de hospitalização e pedido de reembolso hospitalar.

Para isso, foram recrutados 129 pacientes que foram classificados pelo estado nutricional. Triagem nutricional foi realizado utilizando a NRS 2002, que classifica os pacientes utilizadas 3 itens: “estado nutricional” (escore de 0 a 3) definido pela redução da ingestão de alimentos, perda de peso e índice de massa corporal (IMC), “gravidade da doença” (escore de 0 a 3) definidos como ausente, leve, moderado ou grave e adição de um ponto extra para pacientes com mais de 70 anos (escore de 0 a 1). Além disso, pacientes classificados como ‘risco de desnutrição’ foram avaliados pela Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASG-PPP), como bem nutridos (ASG-PPP A), desnutrição moderada / suspeita (ASG-PPP B) ou gravemente desnutrida (ASG-PPP B)

Segundo a análise da NRS 2002, dos  129 pacientes, 71% (n=92) estavam em risco de desnutrição (≥3 pontos) e deles, 86% (n=79) estavam desnutridos:  67% (n=53) apresentaram suspeita de desnutrição (ASG-PPP B) e 33% (n=26) estavam com desnutrição grave (ASG-PPP B). Não foram encontradas diferenças significativas nas características sociodemográficas (p=0,914), dias de estadia no hospital (p=0,073), readmissões (p=0,732) e frequência de acompanhamento dos nutricionistas clínicos (p=0,368) entre os pacientes bem nutridos e desnutridos.

Dos 79 pacientes desnutridos, 15 (19%) tiveram um aumento no risco de mortalidade (P<0,001) e 31 (39%) tiveram o nível de gravidade da doença aumentado (P<0,001), após a inclusão do diagnóstico de desnutrição no prontuário. Isso representou um aumento de cerca de 20% dos custos hospitalares, o que representou  52.433 euros por paciente, podendo significar um custo anual de 1.297.011 euros.

Os autores concluíram que a inclusão do diagnóstico de desnutrição no prontuário do paciente elevando o nível de gravidade da doença e o risco de mortalidade, aumenta os custos hospitalares. Considerando que o reembolso hospitalar depende dos custos hospitalares, o uso do NRS 2002 para identificar pacientes em risco, seguido de avaliação nutricional adequada, documentação e codificação, aumenta o potencial de reembolso hospitalar, o que pode contribuir para a qualidade do atendimento e a sustentabilidade econômica dos hospitais.

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