Estudo publicado no Journal of Parenteral and Enteral Nutrition demonstrou que a formulação de lipídios ofertada por via parenteral a leitões recém-nascidos está associada com diferenças na microbiota intestinal e na resposta do hospedeiro.
Os animais receberam terapia de nutrição parenteral (TNP) isocalórica e isoprotéica durante 14 dias. Receberam também doses equivalentes de lipídios (10g/kg/dia): uma parte dos leitões recebeu uma emulsão lipídica (EL) contendo óleo de soja, triglicérides de cadeia média (TCM), óleo de peixe como fonte de ácidos graxos ômega-3 (ω-3) e óleo de oliva, enquanto outra parte recebeu uma emulsão lipídica contendo exclusivamente óleo de soja. Houve ainda um grupo controle, que no lugar da TNP, recebeu infusão intravenosa de solução salina.
A composição da microbiota dos leitões que receberam TNP, foi diferente daqueles que receberam solução salina. Entre os que estavam em TNP, aqueles que receberam a EL contendo somente óleo de soja, apresentaram aumento específico e dramático de Parabacteroides (p < 0,05), enquanto os que receberam EL contendo ω-3 apresentaram aumento de Enterobacteriaceae (p < 0,05).
“Nesse estudo, demonstramos que a formulação lipídica da nutrição parenteral está associada com diferenças na microbiota intestinal de leitões recém-nascidos”, concluem os autores. “A inclusão de EL contendo ω-3 na TNP parece melhorar as interações da microbiota com o hospedeiro na superfície da mucosa, embora os mecanismos ainda não estejam bem definidos”, afirmam.