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Escore avalia caquexia e prediz sobrevida em pacientes com câncer avançado

Estudo realizado pelo INCA avaliou a classificação de caquexia utilizando o Escore Prognóstico de Glasgow modificado (EPGm) em 1166 pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos. Os pacientes foram avaliados no primeiro atendimento, quando fora do hospital, e em até 48 horas, quando internados no hospital. Foram coletados dados como sexo, idade, comorbidades, tipo do tumor, metástase, tipo de terapia, histórico médico e data do óbito quando ocorrido. Caquexia foi avaliada utilizando o EPGm e classificada em quatro estágios: sem caquexia, desnutrido, pré-caquexia (PC) e caquexia refratária (CR). Foram aferidos ou estimados peso e altura, IMC, prega triciptal e circunferência do braço, circunferência muscular do braço, e força de preensão palmar. Os pacientes também realizaram a ASG-PPP e foram coletadas amostras de sangue para quantificação de albumina, PCR, leucócitos, neutrófilos, linfócitos e plaquetas.

Tumores do trato gastrintestinal foram os mais prevalentes e 80,4% apresentaram metástase. De acordo com a classificação de caquexia, 37,3% não apresentaram caquexia, 32,3% eram desnutridos, somente 3,9% apresentaram pré caquexia e 26,4% tinham caquexia refratária. Todas as variáveis apresentaram significância estatística quando analisadas de acordo com os grupos pela classificação de caquexia. Foi observada uma perda de peso significativa entre os grupos de caquexia e a perda de peso no grupo CR foi significativamente forte. O estágio CR apresentou associação com os piores valores para as variáveis (p<0.01), sendo que estes pacientes apresentaram maior risco de possuir menor IMC, maior perda de peso, risco nutricional, mais sintomas relatados, menor FPP e maiores desordens bioquímicas. A média de sobrevida dos pacientes foi de 39 dias e houve diferença significativa na sobrevida entre os grupos de caquexia (p<0,001). O risco de morte em 90 dias foi 1,5 vezes maior no grupo desnutrido, 2 vezes maior nos PC e 2,4 vezes maior no CR em comparação aos indivíduos sem caquexia. Os pacientes do estágio CR apresentaram a maior probabilidade de morrer durante o estudo que os outros grupos.

Dessa forma, os autores concluíram que os estágios de caquexia avaliados pelo EPGm se associaram à piores dados clínicos e podem predizer o tempo de sobrevida.

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