Pesquisadores americanos publicaram na revista The Journal of the American Medical Association (JAMA) uma metanálise demonstrando que pacientes com sobrepeso e obesidade grau 1 foram associados com menor mortalidade em relação aos pacientes com índice de massa corporal (IMC) na faixa de normalidade. Já os pacientes com obesidade grau 2 e 3 foram associados com maior mortalidade quando comparados com os indivíduos com (IMC) na faixa de peso normal.
A metanálise foi realizada a partir de 97 estudos, totalizando 2,9 milhões de pessoas. O objetivo dos pesquisadores foi compilar e resumir análises em populações gerais de adultos com dados sobre o IMC e mortalidade por qualquer causa, a fim de obter razões de risco (RR).
Todas as razões de risco para mortalidade em relação ao sobrepeso (IMC=25 e <30kg/m2), obesidade (IMC ≥ 30kg/m2), obesidade grau 1 (IMC=30 e <35kg/m2), e os graus 2 e 3 de obesidade (IMC de ≥ 35kg/m2) foram calculados em relação ao peso normal (IMC de 18,5 a 25 kg/m2).
Para a obesidade (todos os graus combinados), a RR foi de 1,18, sendo de 0,95 para a obesidade grau 1 e de 1,29 para os graus 2 e 3 de obesidade. No entanto, para os indivíduos com sobrepeso a RR foi de 0,94, em relação ao IMC na faixa de peso ideal. Ou seja, ter obesidade significa ter um risco de 18% maior de morte, comparado ao peso normal. Os pacientes gravemente obesos (com obesidade grau 2 e 3) estão associados a um risco aumentado em 29% de mortalidade. Por outro lado, os indivíduos com sobrepeso apresentaram uma redução de 6% no risco de morte, em comparação ao peso normal, assim como os indivíduos com obesidade grau 1, que foram associados a um risco de 5% menor de mortalidade.
Esse estudo corrobora com outros trabalhos científicos anteriores que relacionam o excesso de peso com menor risco de morte. Essa constatação vem sendo chamada de “paradoxo da obesidade”, gerando polêmica entre os pesquisadores e profissionais da saúde.
Os autores desse estudo revelam: “Nosso estudo tem limitações. Ele aborda descobertas apenas relacionadas ao IMC e não a outros aspectos da composição corporal, como a distribuição de gordura visceral ou subcutânea”. Embora o IMC não seja um bom marcador para avaliar a gordura corporal ou o risco de saúde, para os pesquisadores “um dos pontos fortes do nosso estudo é o tamanho da amostra e o número de estudos incluídos, o que torna os resultados robustos”, concluem.