Croall e colaboradores realizaram o primeiro estudo randomizado controlado duplo-cego para avaliar se o consumo do glúten estaria associado a sintomas gastrintestinais em controles saudáveis.
Foram recrutados indivíduos com mais de 18 anos sem diagnostico de desordens relacionadas ao glúten, e que foram orientados a realizarem uma dieta sem glúten durante 2 semanas. Após esse período, os participantes foram randomizados em grupo controle e grupo intervenção, sendo que o grupo intervenção recebeu 2 sachês diários de farinha com glúten (14g) para adicionar à alimentação e o grupo controle recebeu 2 sachês diários de mix de farinhas sem glúten. Foi aplicada a Escala de Categorização de Sintomas Gastrointestinais (ECSG) para avaliar os sintomas destes indivíduos após 2 semanas de dieta livre de glúten e após o período de intervenção.
Fizeram parte do estudo 28 indivíduos, 14 em cada grupo. A adesão à dieta sem glúten não diferiu entre os grupos. Análises estatísticas mostraram não haver nenhum diferença significativa na alteração dos sintomas gastrintestinais entre os grupos (dor abdominal, refluxo, diarreia, constipação, fadiga). Análise Post hoc dos escores da ECSG mostrou que o escore de diarreia reduziu significativamente no grupo glúten.
Assim, os autores suportam o fato de que o glúten não parece causar sintomas em indivíduos que não têm suscetibilidade fisiológica a ele. Assim, pacientes com sintomas relacionados ao glúten devem sofrer investigação de Doença Celíaca e Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca, mas caso essas alterações não forem diagnosticadas, a dieta sem glúten como parte de um “estilo de vida” saudável deve ser questionada e desencorajada.
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