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Exercícios protegem o pâncreas no diabetes tipo 1

 

Um estudo conduzido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) demonstrou que uma substância secretada pelos músculos em resposta ao exercício físico – a interleucina 6 (IL-6) – aumenta a sobrevivência das células pancreáticas produtoras de insulina em um modelo de diabetes do tipo 1. Os resultados foram divulgados em artigo publicado no The FASEB Journal.
Camundongos saudáveis foram submetidos durante dois meses a um programa de treinamento de longa duração e baixa intensidade. Após esse período, os pesquisadores coletaram amostras de ilhotas pancreáticas, estrutura nas quais se situam as células beta produtoras de insulina. Para simular, in vitro, o ataque autoimune às células beta de forma semelhante à que ocorre em portadores de diabetes tipo 1, os pesquisadores incubaram as ilhotas dos camundongos com as citocinas pró-inflamatórias interferon-gamma e interleucina 1-beta, as mesmas secretadas pelas células de defesa.
As ilhotas dos camundongos treinados apresentaram taxa de mortalidade 50% menor que as dos camundongos sedentários, pertencentes ao grupo controle. Além disso, os pesquisadores observaram que havia uma menor produção de óxido nítrico e da proteína caspase 3 clivada, substâncias que sinalizam a apoptose celular (morte celular programada).
Os autores afirmam que as contrações musculares estimulam a liberação de grandes quantidades de IL-6 e suspeitavam de que essa citocina era a responsável pela comunicação entre músculo e pâncreas. Para confirmar essa hipótese, os pesquisadores repetiram os experimentos iniciais e observaram que, quando um inibidor farmacológico da IL-6 era acrescentado no meio de cultura, o efeito protetor do exercício era abolido.
Para reforçar os resultados, o grupo usou um modelo de camundongo modificado geneticamente para não expressar a IL-6. Os animais foram submetidos ao treinamento e, após dois meses, os autores constataram que exercício físico não teve nenhum efeito protetor sobre as células beta.
“Acredito que não poderemos usar diretamente a IL-6 como tratamento, pois ela apresenta múltiplas ações e, dependendo do contexto, pode ter ação anti ou pró-inflamatória. Talvez possamos encontrar um análogo com efeito terapêutico”, afirmam os autores.
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