Resultados uma análise de dados de oito estudos britânicos de base populacional publicada no British Journal of Sports Medicine sugerem que a associação entre a ingestão de álcool e risco de mortalidade por todas as causas foi atenuada entre os indivíduos que atingiram ou ultrapassaram as recomendações mínimas de atividade física.
Utilizando dados do estudo anual e nacionalmente representativo Health Survey for England (1994, 1998, 1999, 2003, 2004 e 2006) e o Scottish Health Survey (1998 e 2003), que incluem informações sobre o consumo de álcool e atividade física, os investigadores analisaram os resultados de 36.370 adultos, com idade a partir de 40 anos.
Durante os períodos estudados foram registrados 5.735 óbitos. Da população completa do estudo, 4.845 (13,3%) excederam os limites de álcool semanais recomendados (14 unidades para as mulheres e 21 unidades para os homens). O consumo médio de álcool entre aqueles que relataram ter bebido durante a semana anterior foi ligeiramente superior a 6 unidades.
Mais de um quarto dos participantes (27,5%) relataram nenhuma atividade física, definida como caminhada para qualquer finalidade e exercício formal, expresso em Equivalente Metabólico da Tarefa (MET) por hora, enquanto que 39,1% atingiram o menor nível de atividade física semanal recomendado (7,5 MET-horas/semana), e 23,3% atingiram o nível superior da recomendação nacional (15 MET-horas/semana).
Os resultados demonstram também uma associação direta entre o consumo de álcool e mortalidade por qualquer causa: os ex-bebedores e bebedores a nível prejudicial apresentaram claro risco elevado de todas as causas de mortalidade, em comparação com os não bebedores.
Quando a população foi estratificada por nível de atividade, o risco de morte por câncer foi elevado de uma forma dose-dependente do consumo de álcool entre aqueles que não atingiram os níveis mínimos recomendados de atividade (p <0,001). O mesmo padrão foi visto em pessoas com níveis elevados de atividade.
Beber ocasionalmente pareceu conferir um efeito protetor contra todas as causas e mortalidade relacionada à doença cardiovascular entre os adultos que se encontraram nos níveis de atividade recomendados.
“Nossos resultados fornecem um argumento adicional para o papel da atividade física como um meio para promover a saúde da população, mesmo na presença de outros comportamentos menos saudáveis”, concluem os autores. “A relevância de saúde pública de nossos resultados é ainda mais enfatizada pelas diretrizes atualizadas recentemente sobre o consumo de álcool, que afirmam que o risco de mortalidade por câncer começa a partir de um nível de consumo de álcool relativamente baixo”, afirmam.