Estudo investigou as características clínicas, fatores preditivos e sobrevida global de pacientes adultos desnutridos e com câncer, elegíveis para realização de terapia nutricional parenteral domiciliar (TNPD). Foram coletados dados antropométricos e clínicos e avaliado ingestão via oral destes, avaliado o status de performance e estimado o estado inflamatório através da PCR, albumina e escore prognóstico Glasgow e avaliado o estado nutricional através da ASG-PPP. Os pacientes eram acompanhados semanalmente pela equipe de saúde até alta da TNP ou óbito.
Fizeram parte do estudo 761 pacientes em TNPD. Os pacientes tiveram diferentes combinações de NP, sendo que a maioria (49,4%) recebeu NP suplementar (NPS) e realizava quimioterapia (QT), 13% recebeu NP total (NPT) juntamente com QT, 25,1% recebeu NPS sem QT e 12,5% realizou NPT sem QT. A média de sobrevida total destes pacientes foi de 6,7 meses, sendo significativamente diferente entre os grupos e os pacientes em NPS + QT sobreviveram mais tempo do que os pacientes dos outros grupos. Os fatores protetores para sobrevida encontrados foram: maior status de performance (>50), maior ingestão proteica via oral (>20g/dia), níveis normais de albumina (≥3,5g/dL), IMC (>20,5) e peso. Enquanto isso, os preditores que reduziram a sobrevida foram: escore prognóstico Glasgow 1 ou 2, perda de peso nos últimos 3 meses (>15%) e possuir câncer no estágio IV em comparação ao II e III. Por outro lado, idade (≥70), peso 3 meses antes do início da NPTD, diminuição da ingestão de calorias orais, IMC ajustado a perda de peso grau 4, pontuação ASG-PPP “C” e PCR> 10 mg/L foram significativos apenas na análise univariada.
Assim, o estudo mostrou que a sobrevida de pacientes oncológicos em NPTD está significativamente correlacionada com as características apresentadas pelos pacientes ao inicio da NPTD e que a presença de fatores favoráveis pode determinar um aumento de até quatro vezes na sobrevida destes pacientes.