Pesquisadores publicaram na revista British Medical Journal (BMJ) um estudo que demonstrou o impacto negativo da obesidade materna em aumentar o risco de mortalidade do filho na vida adulta, principalmente por doenças cardiovasculares.
O estudo foi realizado na Escócia, onde foram identificadas 28.540 mulheres, cujo índice de massa corporal (IMC) foi registrado em sua primeira visita pré-natal, e seus 37.709 filhos nascidos. O IMC foi definido como baixo peso (IMC<18,5kg/m2), peso normal (IMC=18,5-24,9kg/m2), sobrepeso (IMC= 25-29,9kg/m2) e obesidade (IMC≥30kg/m2).
Além disso, foram coletados detalhes relevantes sobre a gravidez, incluindo a idade da mãe no momento do parto, número de gestações anteriores, classe social dos pais, ganho de peso durante a gestação e do bebê.
Os pesquisadores observaram que 21% das mães estavam com sobrepeso e 4% estavam obesas no início da gestação. Entre os 37.709 filhos, que estavam apresentando idades entre 34 a 61 anos, houve 6.551 mortes por qualquer causa. Após as análises estatísticas, os pesquisadores encontraram um risco aumentado de 35% de morte prematura nos filhos de mães obesas, principalmente por doença cardiovascular. Também foi descoberto um aumento de 29% no risco de internação hospitalar devido à doença cardiovascular nos filhos adultos de mães obesas em comparação com filhos de mães com IMC normal.
Os autores do estudo levantam a hipótese de que o excesso de peso durante a gravidez pode causar alterações permanentes no controle do apetite e do metabolismo energético nos filhos, levando a um maior risco de problemas cardíacos na vida adulta.
“Nossos dados confirmam a associação entre excesso de peso materno e eventos adversos para a saúde dos filhos. Assim, destaca-se a necessidade urgente de estratégias para prevenir a obesidade em mulheres em idade fértil e a necessidade de avaliar os filhos de mães obesas para o risco de doenças cardiovasculares”, concluem.
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