Estudo teve como objetivo investigar a associação entre alterações de peso na vida adulta e sua relação com mortalidade a partir de dados do estudo NHANES. Para isso, realizaram um estudo de coorte prospectivo com 36.051 participantes com idade inicial de 25 anos e que foram acompanhados durante 32 anos. As alterações de peso e IMC destes indivíduos foram avaliadas aos 47 e 57 anos durante o acompanhamento. No início do estudo, foi colhida informação do peso de 10 anos antes, ou seja, aos 15 anos de idade dos participantes.
Dos 25 aos 57 anos, toda a vida adulta, os participantes ganharam em média 13,4 kg, sendo 8,8 kg entre 25 e 47 anos e 4,4 kg entre 47 e 57 anos. Dos 25 aos 57 anos 26,9% dos indivíduos deixaram o quadro de não obesidade para obesidade, enquanto somente 1,4% deixaram a situação de obeso para não obeso. No período do estudo ocorreram 10.500 mortes, sendo 2.287 por problemas cardiovasculares e 2.316 decorrentes de câncer. Foi encontrada uma associação entre o IMC aos 25 anos e mortalidade, sendo que obesidade e sobrepeso se associaram significativamente com o aumento do risco de mortalidade geral. Conforme os participantes ficavam mais velhos, o baixo peso passou a se associar com a mortalidade significativamente, enquanto a associação com obesidade ficou mais tênue e não houve mais associação com o sobrepeso, mesmo quando excluídos os participantes com diabetes, doença cardiovascular ou câncer. Os pacientes que se mantiveram obesos desde o inicio do estudo apresentaram maiores riscos para mortalidade geral na vida adulta (HR 1,72 de 25 a 47 anos, HR 1,61 de 25 a 57 anos). Migra de não obeso para obeso aumentou 22%o risco de mortalidade, enquanto migrar de obeso para não obeso (entre 47 e 57 anos) aumentou em 30% o risco de mortalidade. Quando classificados por ganho de peso, indivíduos com ganho de peso >20kg durante todo o período do estudo apresentaram aumento de risco para mortalidade, o que não ocorreu quando o ganho de peso foi inferior a este valor.
Os autores concluíram que obesidade durante toda a vida adulta bem como o ganho de peso entre juventude e fim da vida adulta foram associados com o aumento do risco de mortalidade geral e mortalidade por doença cardíaca, assim como a perda de peso do meio para o final da vida adulta também aumenta este risco. Dessa forma, os pesquisadores alertaram que a manutenção de um peso normal durante a vida adulta e a prevenção do ganho de peso no início desta seriam formas importantes de prevenir mortalidade precoce na vida adulta avançada.