Estudo teve como objetivo verificar se concentrações de grelina acima do esperado em obesos estaria associado a sintomas de Transtornos alimentares (TA).Para isso, foram avaliadas 84 mulheres adultas com peso normal (IMC entre 20-25kg/m2 ; n=29) ou com obesidade severa (IMC ≥35kg/m2; n=55), que foram submetidas a avaliação antropométrica e exames laboratoriais. A concentração de acil grelina (AG), desacil grelina (DAG),leptina, glicose e insulina foram observadas. As participantes também responderam a um questionário psicométrico que abrangia fatores alimentares e psicológicos. Mulheres obesas foram subdivididas em alta concentração de grelina em jejum (ACG), e baixa concentração de grelina em jejum (BCG).
Os resultados mostraram Leptina mais alta e AG, DAG e grelina total mais baixas em mulheres obesas quando comparadas as não obesas. Os resultados de escore de fome foram semelhantes entre os grupos, havendo apenas uma tendência para maiores pontuações no grupo ACG quando comparado ao BCG.
A avaliação do estado psicológico identificou um escore de depressão maior em mulheres obesas (p=0,008) quando comparadas as mulheres de peso normal, porém sem diferença significativa entre os grupos BCG e ACG. Os escores de alimentação descontrolada e emocional também foram maiores em mulheres obesas (<0,001). As participantes com ACG tiveram um escore mais alto de “ações pela magreza” que as BCG. Uma correlação significativa positiva e linear foi observada entre valores de AG e escore “ações pela magreza” em toda a amostra de obesas (p=0,03).
A partir desses dados, os autores concluíram que os resultados suportam a hipótese de potencial relação positiva entre as concentrações plasmáticas de AG em jejum
e o risco de desenvolver desordem alimentar, independente de humor e ansiedade,em mulheres obesas. Assim, é possível postular que a grelina plasmática em jejum pode ser um biomarcador de vulnerabilidade para o desenvolvimento de TA na obesidade.