A COVID-19 é uma pandemia global cuja síndrome se caracteriza por síndrome respiratória aguda grave e que já resultou em milhões de casos e mortes pelo mundo desde o seu surgimento.
O estudo investigou os efeitos dos alimentos e nutrientes como estratégias complementares na recuperação do COVID-19 em 170 países.
Assim, foi realizado um estudo observacional com análise quantitativa com indivíduos de 170 países. Foi utilizada uma plataforma para registro de informações como alimentos locais, perfil da população de cada país e proporção de indivíduos que se recuperaram do COVID-19 em cada país. Os dados também continham informação sobre saneamento básico do país, prevalência de desnutrição, gastos per capita com saúde e prevalência de diabetes. Foi então avaliada a taxa de recuperação do COVID-19 e sua relação com a alimentação local.
Dos países que fizeram parte do estudo, 27% eram da África, 20,58% das Américas, 22,35% da Ásia, 24,7% da Europa e 5,3% da Oceania. As maiores taxas de recuperação foram observadas nos países que já erradicaram a fome e possuíam a melhor taxa de saneamento básico, enquanto países com alta taxa global de fome e pior taxa de saneamento básico apresentaram as piores taxas de recuperação da doença. No entanto, nestes países também se observou a menor prevalência de diabetes e as menores taxas de fatalidade relacionadas com o COVID-19. Com relação aos alimentos ingeridos, o consumo de fontes proteicas impactou positivamente na recuperação dos pacientes (p<0,05), enquanto a ingestão de bebida alcoólica teve um efeito negativo nos desfechos (p=0,009). Com relação aos lipídeos, gorduras de fontes saudáveis também beneficiaram os pacientes, enquanto nenhum alimento do grupo de carboidratos mostrou qualquer impacto nos desfechos. De acordo com as análises, somente ovos, peixes e frutos do mar, frutas, carnes, leite, vísceras e produtos vegetais podem ter contribuído para a recuperação do COVID-19. Diabetes foi negativamente associada com a recuperação dos pacientes em diversos países. Desnutrição não teve efeito sobre os desfechos, exceto nos países com altas taxas de fome. O maior gasto per capita com saúde teve impacto positivo nos desfechos (p<0,05).
Assim, os pesquisadores identificaram macronutrientes (proteínas e gorduras) e micronutrientes (selênio e zinco) com efeito positivo significativo sobre as taxas de recuperação do COVID-19 em 170 países investigados. Os alimentos com esse efeito positivo foram ovos, peixes e frutos do mar, frutas, carnes, leite, vísceras, vegetais e castanhas. Alto consumo de álcool apresentou um efeito negativo na recuperação da infecção por SARS Cov-2. Em países com extrema pobreza, os alimentos apresentaram pouco efeito na recuperação do COVID-19.
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